Parlamentar é o presidente da Comissão de Legislação, Justiça e Redação do Legislativo e chegou a ser questionado quando foi eleito para a função
Na última semana, o parlamentar chegou a ser acusado de que estaria mais interessado em defender os interesses do governo do que em exercer a função da Comissão de Justiça (Foto/Rodrigo Garcia)
Após polêmica por assumir a presidência da Comissão de Justiça na Câmara Municipal, o vereador Anderson Donizete de Souza (PSD) renunciou ao posto de vice-líder do governo na Casa. A decisão foi comunicada por meio de ofício à Mesa Diretora. O documento foi lido na sessão de ontem.
No ofício, o vereador justificou que o desligamento do posto de vice-líder seria para evitar que houvesse dúvidas sobre a sua atuação como parlamentar. “Faço movido por minhas convicções, para que não seja feita leitura diversa dos meus atos como vereador e político”, relata o texto.
Anderson ainda manifestou no documento que renunciou à vice-liderança para poder “exercer o cargo de vereador com toda a liberdade amparada por lei e com o empenho que o povo deseja”. Conforme o ofício, a decisão também foi comunicada ontem à prefeita Elisa Araújo (Solidariedade).
Durante pronunciamento na sessão de ontem, Anderson apenas agradeceu a prefeita pela confiança para atuar como vice-líder do governo e declarou que, apesar da renúncia, continua integrando a base aliada de Elisa. No entanto, ele justificou que preferiu deixar o posto para "não ter o caráter questionado" pelos demais vereadores.
Procurada pela reportagem do Jornal da Manhã, a prefeita posicionou que foi informada da decisão e o parlamentar esclareceu que a escolha foi feita devido à necessidade de focar na Comissão de Justiça, Legislação e Redação. Segundo ela, ainda não foi definido quem será o o substituto na vice-liderança. "Estou avaliando um novo nome", ponderou.
Anderson vinha sendo alvo de críticas por assumir a presidência da Comissão de Justiça, Legislação e Redação enquanto também atuava como vice-líder do governo. Até houve acusações de que haveria uma manobra para interferir a favor do Executivo nas propostas votadas na Câmara, já que a respectiva comissão é responsável por deliberar sobre a constitucionalidade ou não das proposições apresentadas pelos parlamentares.
O último embate ocorreu nesta semana, devido a um parecer de inconstitucionalidade da comissão contra projeto que obriga a Prefeitura a divulgar os estoques da administração. O autor da matéria, Tulio Micheli (Solidariedade), chegou a alegar que o parlamentar estava mais preocupado em defender os interesses do governo do que em cumprir o papel técnico da comissão.