A Comissão de Ética do PMDB não teria chegado a nenhuma definição quanto às investigações a respeito do comportamento de Borjão
A Comissão de Ética do PMDB não teria chegado a nenhuma definição quanto às investigações a respeito do comportamento do vereador Marcelo Borjão e, portanto, não há que se falar em algum tipo de punição. É o que ele próprio assegura, depois de duas tumultuadas reuniões, anteontem, entre os integrantes do colegiado – presidido por Júlio César Aguiar – e a Executiva municipal, além da sua assessoria jurídica. Contudo, ao mesmo tempo em que taxou de uma vergonha o julgamento interno, que assegura não ter chegado a uma conclusão, admite que seus ainda correligionários o consideraram infiel nas eleições do ano passado e hostil ao comando partidário.
“Se ser hostil é não aceitar o mando do partido, então eu sou”, disparou Borjão, que, usando de um palavreado nada ortodoxo para se referir ao grupo, ainda chamou o PMDB de desestruturado. Ele diz não ter condições de ficar na sigla, porque soube que o prefeito Anderson Adauto (principal liderança peemedebista no município) não vai lhe dar legenda para disputar o pleito de 2012. Ele avalia isso como uma estratégia para tirá-lo da política, porque não age como cordeiro, mas para tanto avisa: “só me matando, e isso eles não vão ter coragem de fazer”.
Questionado sobre quando vai pedir a desfiliação, o vereador recuou alegando que ainda vai avaliar com seus advogados quais providências que deverá tomar para ver seu mandato resguardado.
A reportagem entrou em contato com Júlio César Aguiar, que preferiu não dar entrevista, sob a justificativa de que quem falaria sobre o caso é o presidente do partido, Eduardo Palmério. O dirigente não foi localizado pelo Jornal da Manhã, seu telefone estava desligado e ele não retornou às chamadas. Uma informação de última hora dava conta de que a Executiva Municipal do PMDB voltaria a se reunir ontem, no início da noite, para tratar do desfecho da novela envolvendo a agremiação e seu ex-líder na Câmara, com quem trava uma verdadeira guerra.