Recentemente, faleceu nosso grande amigo e importante confrade da Academia de Letras do Triângulo Mineiro – ALTM, o estimado Jorge Alberto Nabut. Pelo seu vasto legado intelectual e atuação efetiva nas diversas áreas da cultura uberabense – desde o teatro, filme, literatura, coluna social nos jornais, inauguração de museus e luta pela preservação do patrimônio histórico local –, ele foi, sem contestação, um dos seus mais abrangentes, firmes e notáveis pilares. Levará anos para que surja alguém de envergadura semelhante, mas certamente não superior à dele.
Com dignidade e respeito, seu corpo, formado de matéria mortal, foi solenemente sepultado. Reconhecendo o seu inestimável valor, a prefeita municipal, Elisa Gonçalves de Araújo, que esteve presente no velório, decretou três dias de luto oficial. Por conta disso, a Bandeira Nacional foi hasteada e, por efeito da quente brisa de verão, tremulou brandamente no Paço Municipal.[1] Assim, instantaneamente, Jorge Nabut ingressou definitivamente na história de Uberaba, considerado que foi como um dos seus benfeitores, inclusive por ter projetado o nome da cidade para todo o país e no exterior.
Por isso, passou a ser imortalizado ao lado de nomes famosos, a exemplo de Major Eustáquio, Leopoldino de Oliveira, Hildebrando Pontes, Mário Franco e Mário Palmério (só para citar os atualmente mais lembrados). Por oportuno, vi e ouvi atentamente, por diversas vezes, a excelente e perfeita crônica audiovisual (tendo a belíssima música “Saudade”, de Mário Palmério, entoada como fundo), de autoria de André Borges Lopes (redação e narração) e de Moacir Silveira (edição), intitulada “Um tributo a Jorge Alberto Nabut”.
Fiquei deveras impressionado pelo seu precioso conteúdo, seja pela delicadeza no trato dos aspectos de caráter pessoal, quer na exposição dos acontecimentos de natureza histórica, ao enaltecer adequadamente e com singular propriedade as evidentes e inegáveis virtudes do homenageado. Ainda sensibilizou e honrou-me muito (motivo de meu agradecimento aqui externado), o fato de ter sido estampada nesse magnífico trabalho uma foto do Jorge comigo e com o Dr. Marcelo Palmério, reitor da Universidade de Uberaba – Uniube (filho do imortal escritor Mário Palmério, da Academia Brasileira de Letras – ABL, e da ALTM, a quem tive a honra e o privilégio de sucedê-lo nessa última).
O vídeo mostrou, também, fotografias de inúmeras pessoas importantes, de alto coturno, amigas do Jorge – tanto do mundo literário e artístico como do empresarial – e de familiares. Por meio dessa bela crônica, iniciou-se o processo de imortalização do Jorge, não só por já ser membro imortal da Academia de Letras do Triângulo Mineiro – ALTM, onde brilhou pelos seus livros e poemas inovadores e da qual ele foi um de seus presidentes, mas sobretudo pelo seu formidável e relevante legado cultural deixado para o escrutínio e deleite das gerações futuras.
Em profunda reverência à sua memória e lamentando sinceramente o seu passamento – perda irreparável –, eu e minha esposa, Telma, com quem ele sempre manteve elevado contato, bastante agradável, expressamos aqui o nosso sentimento ab imo corde de pesar, de carinho, de respeito e de admiração. Dos seus amigos ad vitam aeternam Paulo Fernando Silveira e Telma L. L. Silveira.
[1] Decreto Municipal nº 5.424, de 29.02.2024 – Porta Voz nº 2.392, de 29.02.2024