Miss Uberaba

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 25/02/2023 às 16:40
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Creio que a primeira vez que me dei conta do significado de ser natural de uma cidade foi quando Marta Vasconcelos – Miss Brasil e Miss Universo em 1968 – visitou Uberaba.

Salvo algum lapso, ou colapso de memória, a vi na casa do então prefeito, engenheiro João Guido, aliás, no portão, quando ela passava e pude, alçado pelos braços do meu pai, passar a mão no cabelo dela.

Jamais me esqueci desse triunfal momento e de privilegiada experiência. Na ocasião, os concursos de Miss tinham uma grande relevância, com audiência nacional equivalente a uma final de campeonato de futebol.

Ao se tornar Miss Universo, Marta se consagrou unanimidade nacional, celebridade com as honrarias de quem eleva o nome do Brasil.

Sua presença em Uberaba me fez entender que eu era da cidade que recebeu a Miss Universo e que, de quebra, a vi de pertinho e toquei seus cabelos.

Foi ali que experimentei a sensação de ser bairrista sem nem mesmo conhecer a expressão, que só fui entendê-la um pouco adiante. Associei bairrismo a orgulho sadio, visão romanceada e ufanista pertinente à idade e aos costumes que se cultuavam.

Marta me elevara à condição de uberabense universal, como Tolstoi recomenda: “se queres ser universal, canta a tua aldeia”. Assim o fiz e Marta jamais soube. Ela também não soube que foi a primeira e única Miss Universo que ousou pisar em solo uberabense.

Mais de cinco décadas após, já distante da visita de Marta, Uberaba irá comemorar 203 anos de vida. Como é seu aniversário, vamos tratar de exaltar suas belezas. As mazelas, que as há, ficam pra depois.

São inúmeras gerações que tão bem souberam acolher novos conterrâneos e estabelecer elos de amizade e de sangue. Comece pelo bê-á-bá, bem do início, e verá que conhecer Uberaba é saber que não se acaba. É sabor de manga e jabuticaba. É subir morro acima escalando as sete colinas. Lá do Alto da Abadia, Boa Vista se anuncia.

Uma sugestão: pense no dia em que se sentiu natural de Uberaba, o seu dia de Marta Vasconcelos. Será uma bela homenagem e um merecido parabéns. Ah, natural não significa nascer em Uberaba, significa ser.

Luiz Cláudio dos Reis Campos

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