O presidente da Codau, destacou que a legislação determina a troca dos hidrômetros a cada sete anos, prazo ampliado em relação aos cinco anos anteriores (Foto/Reprodução)
Uberaba enfrenta um desafio no setor de abastecimento de água devido à grande quantidade de hidrômetros vencidos que ainda não foram substituídos. Segundo o presidente da Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau), Rui Ramos, cerca de 6 mil desses equipamentos não puderam ser trocados por falta de acesso, já que vários encontram-se trancados. Vale lembrar que o equipamento é de propriedade da própria Codau. Essa situação compromete a medição correta do consumo e impacta diretamente o valor das tarifas cobradas dos consumidores.
Em entrevista à Rádio JM, Ramos destacou que a legislação determina a troca dos hidrômetros a cada sete anos, prazo ampliado em relação aos cinco anos anteriores. Com o tempo, o equipamento perde eficiência e deixa de registrar o consumo corretamente, o que causa cobranças incorretas. “Não é justo que uma pessoa com o hidrômetro calibrado pague o valor real pelo que consome, enquanto outra, com hidrômetro vencido, pague menos do que deveria porque o aparelho registra um consumo inferior ao real”, explicou.
A maior dificuldade, porém, está na resistência dos moradores. Ramos informou que a maioria dos hidrômetros vencidos está trancada, dificultando o acesso das equipes para a substituição. “Se perdemos receita porque alguns hidrômetros não medem corretamente, quem paga é o cidadão que está com o hidrômetro em dia, pois acaba cobrindo essa diferença”, afirmou.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos de Uberaba (Arisb) acompanha essas ações para definir o reajuste tarifário anual e recomenda a continuidade da substituição para ampliar a precisão dos medidores, garantindo a qualidade do serviço sem onerar as tarifas. Por isso, o órgão orienta que a Codau corte cadeados de hidrômetros trancados para realizar a troca, já que o equipamento é patrimônio da companhia.
“O equipamento deve estar instalado fora do muro da residência, com acesso livre para a equipe responsável. Embora possamos fazer a substituição sem aviso prévio, preferimos comunicar os moradores para facilitar o processo. Não queremos ser enérgicos, por isso investimos muito em comunicação para evitar esse tipo de situação”, disse o presidente da companhia.
A substituição dos hidrômetros vencidos foi retomada em março deste ano pela Codau, porém em ritmo gradativo. A prioridade é a troca de aparelhos com mais de 15 anos de uso, e os moradores estão sendo comunicados sobre a programação para facilitar o acesso e evitar resistências. A medida permite que as tarifas reflitam adequadamente o uso real da água, contribuindo para a melhoria dos serviços sem elevar os custos para a população. “Estamos cumprindo a legislação e isso traz benefícios para todos, garantindo que cada um pague pelo que realmente consome”, finalizou Ramos.