Levantamento do IBGE mostra que uberabenses usam mais o automóvel para ir ao trabalho, seguido pelo ônibus e a moto. Rendimento domiciliar per capita no município é de R$ 1.939,60
Dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a maioria dos trabalhadores de Uberaba (70%) leva até 30 minutos para chegar ao local de trabalho. A maior parte dos deslocamentos é feita de automóvel (40,49%), seguido por ônibus (17,91%) e motocicleta (14,92%). Ir a pé ainda é uma realidade para 11,74% da população ocupada da cidade.
O levantamento detalha ainda o tempo de trajeto dos trabalhadores uberabenses: 7% levam até 5 minutos, 27% se deslocam entre 6 e 15 minutos, e 36% levam entre 15 e 30 minutos. Outros 20% demoram de 30 minutos até 1 hora, enquanto 8% gastam mais de 1 hora até 2 horas para chegar ao trabalho. Os percentuais de pessoas que levam mais de duas horas no trajeto são insignificantes, com 0% registrados para faixas acima de duas horas.
O estudo, que integra o módulo “Trabalho e Rendimento e Deslocamento para trabalho e para estudo” do Censo Demográfico 2022, também mostra que 1,79% dos uberabenses trabalham fora do município, enquanto 2,27% estudam em outras cidades.
No mercado de trabalho local, a maioria está empregada no setor privado (57,58%), enquanto 10,73% atuam no setor público. Trabalhadores por conta própria representam 23,8%, e os empregadores, 3,33%. O rendimento domiciliar per capita em Uberaba é de R$ 1.939,60, valor acima da média nacional registrada em 2022, que foi de R$ 1.625,19.
Em âmbito nacional, o automóvel também lidera como principal meio de transporte para o trabalho, utilizado por 32,3% da população ocupada. Em seguida aparecem o ônibus (21,4%), a motocicleta (16,4%) e o deslocamento a pé (17,8%). Juntos, esses quatro meios representam 87,9% dos deslocamentos feitos para o trabalho em todo o país.
Segundo Mauro Sergio Pinheiro, analista da pesquisa, o dado revela o modelo de desenvolvimento urbano brasileiro. “Tal cenário reflete o histórico do país em privilegiar rodovias para a integração das cidades e regiões, além do descompasso entre crescimento urbano e oferta de transporte público”, afirma.
No Brasil, 88,4% da população ocupada trabalha no mesmo município onde reside. Desses, 71,4% atuam fora de casa e 16,9% trabalham em casa. O Censo também destaca que mulheres (19,3%) estão mais presentes no trabalho remoto que os homens (15,1%).
O estudo apontou que 92,7% das pessoas frequentam instituições de ensino dentro do próprio município, percentual semelhante ao registrado em Uberaba. Apenas 0,1% dos estudantes brasileiros frequentam instituições em outros países.
Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, Gustavo Junger, os dados sobre trabalho são coletados desde o Censo de 1872, e foram retomados em 1940. Já o tema rendimento começou a ser investigado em 1890 e foi consolidado no Censo de 1980, permitindo a análise de desigualdade e distribuição de renda. “A evolução e o aprimoramento dos quesitos sobre trabalho e rendimento ao longo dos Censos acabaram por refletir a complexidade das relações econômicas e sociais do Brasil”, destacou Junger.