Alunos da Fazu resgataram as abelhas que foram levadas para o Apiário da instituição (Foto/Divulgação)
Com corpinhos miúdos, circulados por listras pretas e amarelas, as abelhas colorem espaços e carregam uma missão importante: polinizar. Essa tarefa é fundamental na natureza, pois garante a reprodução de incontáveis plantas. Insetos sociais, as abelhas trabalham em equipe e formam colmeias nos mais diversos espaços, alguns aparentemente inóspitos.
Neste mês, a morada de um enxame de abelhas chamou a atenção: o Cemitério São João Batista. A casinha desses insetos, um túmulo antigo, virou objeto de estudo. Para atender a uma solicitação da administração do cemitério, alunos da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) resgataram as abelhas. Posteriormente, elas foram levadas para o Apiário da instituição.
Todo o processo foi supervisionado pela zootecnista Renata Trevisan, professora da Fazu. A demanda surgiu por meio da administração do cemitério, que notou o enxame e, visando evitar acidentes no local, contatou a faculdade para o resgate. A iniciativa contribuiu para a formação acadêmica e segue dando frutos. No último sábado (26), os alunos dos cursos de Agronomia e Zootecnia já realizaram o manejo das novas moradoras da Fazu, recém-instaladas no apiário.
Sobre a retirada dos insetos do cemitério, a professora Renata Trevisan explica que, antes da atividade prática com os alunos, ela já havia identificado o enxame. Tratava-se de abelhas da espécie Apis mellifera, que possuem ferrão, alocadas em um dos túmulos da parede do cemitério. Ela destacou que a sepultura é antiga, com mais de 20 anos, mas o enxame era recente. Devido à proximidade com a calçada externa, representava risco tanto para pedestres quanto para visitantes.
“A atividade foi realizada em condições favoráveis e transcorreu de forma tranquila. Utilizamos todos os equipamentos de proteção individual e tivemos o apoio dos bombeiros. Após a abertura da lápide pela equipe do cemitério, avaliamos o tamanho do enxame, localizamos a rainha e procedemos à captura. Em seguida, montamos a caixa-núcleo com os favos e larvas, para que a colônia pudesse se reorganizar no novo espaço”, explicou.
O estudante de Zootecnia Douglas Costa destacou que foi uma atividade fora do usual. “A aula inusitada trouxe para nós uma situação diferente, em relação ao local onde as abelhas estavam, que nunca tínhamos presenciado. Acredito que seja uma experiência que os alunos levarão para a vida.”
Segundo Trevisan, além de garantir a segurança da população, a ação gera benefícios científicos, já que a nova colônia poderá ser utilizada em pesquisas futuras. O resgate também reforça a importância da preservação ambiental. Vale destacar que o resgate de abelhas é um trabalho técnico e deve ser realizado por apicultores. A Fazu realiza este tipo de atividade apenas em aulas práticas supervisionadas, não oferecendo este tipo de serviço direto para a população.
A remoção das abelhas do cemitério foi acompanhada pelos sargentos do Corpo de Bombeiros Artur Gonçalves de Oliveira e Eduardo Mizara, assim como pelo soldado Marcelo Giovani V. Santos e o coveiro Bruno Felipe Santos.