O Abrigo dos Anjos, que acolhe cerca de 600 animais em Uberaba, está enfrentando uma situação crítica, com falta de ração há vários dias. Em contato com o Jornal da Manhã, a responsável pela ONG, Alessandra Piagem afirmou que, diante da demora no repasse do convênio da Prefeitura, tem bancado o custo da alimentação dos animais com recursos próprios, o que já gerou uma dívida de aproximadamente R$ 10 mil com fornecedores. Ao JM, a Superintendência de Bem-Estar Animal informou que o atraso no repasse é decorrente de falha no sistema integrado de gestão pública.
“A nossa intenção é conseguir ajuda até o convênio sair. Então, não me resta outra alternativa a não ser pedir ajuda para a população. É uma forma que encontramos de não deixar os animais passarem fome, até a Prefeitura liberar esse pagamento, que é mensal. Já é uma luta danada para eu conseguir manter o espaço, se eu ainda tiver que comprar a ração, para mim fica pesado. Estou cobrando essa verba desde 15 de janeiro”, conta a protetora.
Apesar de o convênio referente ao mês de janeiro ainda não ter sido liberado, a expectativa era de que o repasse fosse feito no início de fevereiro. O abrigo tem feito campanhas na internet para arrecadar alimentos, mas a situação se torna cada vez mais insustentável, segundo Alessandra. A falta de recursos tem prejudicado o funcionamento do espaço e colocado em risco o bem-estar dos animais, que necessitam ser alimentados diariamente.
Em nota à reportagem do JM, a Superintendência de Bem-Estar Animal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente (Semam), explicou que o atraso na liberação do pagamento ocorreu devido a uma falha no Sonner, sistema integrado de gestão pública, que esquematiza processos administrativos. Segundo a Prefeitura de Uberaba, a equipe aguarda a regularização do serviço operacional para dar continuidade à finalização do empenho.
“O processo já foi encaminhado para a Secretaria da Fazenda, setor contábil, para que o pagamento seja concluído o mais breve possível”, finaliza o comunicado oficial.
Entretanto, o poder executivo do município não forneceu um prazo estimado para o repasse, não detalhou o valor destinado à instituição de causa animal, e nem esclareceu se, eventualmente, irá cobrir os gastos realizados até o momento pela protetora do Abrigo dos Anjos. A falta de transparência e a demora nas ações têm gerado preocupação, já que a situação é emergencial.