Quatro idosos enfrentaram ontem cerca de cinco horas de espera para receber a aplicação de dose de medicamento utilizado para tratamento de problemas de visão. O transtorno, no entanto, aconteceu porque, depois de todas as horas passadas na fila do Ambulatório Maria da Glória, de responsabilidade da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, nenhum deles consegui ser atendido.
“O remédio é muito caro, custa R$ 800, então, entramos com o pedido na Secretaria de Saúde em 2008 e, na última quinta-feira, um ano e meio depois, finalmente estava disponível e pudemos ir buscar”, afirma o encanador Valdemar Sérgio da Silva.
Segundo ele, junto com as cápsulas de Vicodin foi entregue encaminhamento com dia e horário para a aplicação das doses. “Estava marcado para as 7h, cheguei aqui às 6h30 para garantir, mas o médico só chegou por volta de 11h e disse para a gente que não iria poder aplicar porque não tinha nem seringas e nem o medicamento anestésico”, relata.
“Foram quase dois anos de espera e nada, só frustração”, reclama Valdemar.
Questionada pela reportagem, a direção do Hospital de Clínicas da UFTM afirmou, por meio da assessoria de comunicação, que o atendimento no ambulatório é realizado a partir das 7h, respeitando a ordem de chegada dos pacientes.
Em relação à falta de medicamentos e materiais registrados na unidade, a direção do HC informou que a aplicação do remédio depende de outros materiais específicos, como anestésicos e agulhas padronizadas. No entanto, devido ao desencontro de informações entre Secretaria de Saúde e superintendência do ambulatório, os materiais não foram adquiridos.
A expectativa é a de que, em poucos dias, a compra seja efetuada e, os quatro pacientes possam receber a aplicação da dose do remédio.