ABAIXO OS INCENDIÁRIOS

Incêndio ou queimada? Entenda as diferenças e os riscos no período seco

Especialista explica a diferença e reforça medidas de prevenção, penalidades e o papel da população no combate aos incêndios em época de estiagem

Dandara Aveiro
Publicado em 20/07/2025 às 19:21
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Denúncias de mato alto e risco de incêndios podem ser feitas pelo 153 ou Corpo de Bombeiros no 193, em casos de emergência. (Foto/Divulgação)

Denúncias de mato alto e risco de incêndios podem ser feitas pelo 153 ou Corpo de Bombeiros no 193, em casos de emergência. (Foto/Divulgação)

Com a chegada do período de estiagem, aumentam os registros de fogo em vegetações urbanas e rurais e, com eles, uma dúvida comum: qual a diferença entre queimada e incêndio? Embora os termos sejam usados como sinônimos, há distinções importantes, inclusive legais. 

Segundo o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Anderson Passos, a queimada é o uso controlado do fogo, com fins específicos como manejo agrícola ou renovação de pastagem, e exige autorização do órgão ambiental competente. Já o incêndio é o fogo fora de controle, que ameaça o meio ambiente, o patrimônio e a vida. Já em áreas urbanas, qualquer queimada é proibida. 

Em entrevista ao Pingo do J, da Rádio JM, Passos explica que o solo sofre quando o fogo é recorrente. “O que nasce depois é capim, o que favorece novos focos de fogo”, afirma. Incêndios naturais, por sua vez, tendem a ser menos intensos, pois surgem em áreas úmidas e com vegetação diversa. Já os provocados por humanos são mais agressivos, comuns em épocas secas, em pastos e canaviais. 

Os canaviais estão entre os cenários mais críticos, já que há grande volume de biomassa e ventos que espalham fagulhas por quilômetros. “As beiradas das rodovias são os pontos mais críticos, porque se passa o ser humano, é onde surgem mais problemas. Em regra geral, a largura do aceiro precisa ser o dobro da altura da vegetação lateral. Mas nos canaviais, a quantidade de massa a ser queimada é muito grande, o que exigiria áreas imensas. Além disso, fagulhas podem ser lançadas a quilômetros de distância, dificultando ainda mais o controle do fogo”, explica Passos. 

Entre os fatores de risco, o coronel destaca a "regra dos 3": temperatura acima de 30 °C, umidade abaixo de 30% e ventos superiores a 30 km/h. “Esses três elementos precisam estar fixos na nossa memória. São eles que favorecem incêndios muito fortes”, alerta. Como estratégia de prevenção, o Manejo Integrado do Fogo permite o uso técnico do fogo, desde que autorizado e planejado. “O combate não pode ser improvisado. É uma guerra infinita que exige estudo e organização”, resume. 

Em Uberaba, a legislação prevê multas que podem ultrapassar R$ 4 mil para quem provocar queimadas irregulares. Mas o problema vai além das penalidades. O Corpo de Bombeiros alerta para o aumento expressivo das ocorrências, especialmente em lotes vagos com mato alto. Muitos focos são intencionais, configurando crime ambiental que, além de ilegal, compromete a saúde da população com fumaça tóxica e poluentes. 

Além do combate direto, o município investe em ações de conscientização e reforça a responsabilidade dos proprietários em manter seus lotes limpos. Na última semana, foi lançado o Manual de Combate a Incêndios em Canaviais, com base na experiência de brigadistas da região. A publicação gratuita traz técnicas de combate e prevenção, que envolvem queima prescrita, capacitação de profissionais, plano de auxílio coordenado pelos bombeiros e outros fatores que contribuem para a diminuição dos focos de incêndio, não só no tempo seco, como em todas as épocas do ano. 

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