Jovens do Programa de Bem-Estar do Menor (Probem) devem deixar a Área Azul até o fim do ano. Mas, depois do anúncio da possibilidade, mães de adolescentes que aguardam na fila de espera do projeto manifestaram medo da extinção do programa de incentivo aos jovens.
Moradora da rua Cascavel, no bairro Valim de Melo, a promotora de vendas Aparecida Passos disse que está receosa quanto à decisão tomada pelo Ministério do Trabalho de fiscalizar o serviço. Segundo Aparecida, a filha aguarda vaga no programa há alguns meses e ainda não teve a oportunidade de ingressar nas atividades. “A gente está esperando, mas se acabar, vai ser muito ruim, vai sobrar tempo para os meninos ficarem nas ruas, e eu falo isso porque não penso só na minha filha, estou pensando em todos os adolescentes”, argumentou.
Agente de produtos de um supermercado, Luci de Fátima compartilha da mesma opinião e avalia que, sem o programa, o índice de marginalidade pode aumentar. “É uma preocupação porque são muitos jovens, perder esse espaço não é bom, inclusive para as famílias. Trabalhar com dignidade faz parte do crescimento pessoal”, pontuou.
Ex-guarda mirim, o vereador Almir Silva (PR) lamentou a decisão do Ministério do Trabalho. Almir ressaltou a importância do aprendizado com o trabalho para o público juvenil. “É um absurdo tirá-los das ruas, eu nunca ouvi dizer que o trabalho pode prejudicar alguém. Quer dizer que o jovem pode ficar fazendo coisas erradas nas ruas, mas não pode estar ali trabalhando?! Quantos jovens vão ficar desempregados agora?” - questionou o vereador argumentando que o número de jovens que se forma por ano no Probem não terá mais espaço.