Médicos do sistema público estão insatisfeitos com as condições de trabalho oferecidas pela Prefeitura. De acordo com um deles, que preferiu não se identificar, desde a mudança de contrato, quando o esquema de trabalho por turnos de plantão foi substituído pelo pagamento por produtividade, a situação piorou muito para os profissionais. “Porque ficamos presos em horários muito rígidos”, justifica. Segundo ele, entre as condições para receber os, aproximadamente, R$ 2,7 mil pagos pela produtividade – contra R$ 1,1 mil do salário fixo – é necessário que a reposição de horas faltadas seja realizada em prazo máximo de uma semana. “Se eu faltar seis horas, por exemplo, hoje, e não repuser na mesma semana, perco a produtividade de todo o mês e o que sobra é muito pouco”, reclama. “As pessoas acham que médico ganha muito, mas não os do sistema público”, completa. Para o profissional, a principal reivindicação é a retomada dos moldes de trabalho como eram realizados antes da assinatura do novo contrato. “A possibilidade de trocar de turnos internamente frente a uma necessidade ou imprevisto era mais justa e correta”, afirma. A Prefeitura foi procurada pelo Jornal da Manhã e respondeu, por meio de sua assessoria, que o novo sistema de pagamento é uma forma de condicionar os médicos ao compromisso com o horário. No entanto, de acordo com as informações, em caso de ausência ou falta, só é debitado do salário as horas correspondentes a esse prazo. Segundo a PMU, a volta à antiga forma de pagamento por turnos está fora de cogitação, pois, além da melhor organização do efetivo, a produtividade possibilita maiores salários para os profissionais o que, de acordo com a instituição, objetiva atrair os médicos para o sistema público.