Depósito criado pela Prefeitura, conhecido como Pedreira de Lea, destinado para o recebimento de restos de materiais de construção, está se tornando um verdadeiro lixão, conforme constatou a reportagem do Jornal da Manhã, que visitou o local na tarde de ontem.
Apesar da determinação do poder público, muitos ignoraram a regra e depositam no local todo tipo de material, incluindo garrafas de plástico, animais mortos, restos de comida e pneus velhos, prejudicando o meio ambiente. Como se não bastasse, uma grande quantidade de água acumulada com as chuvas dos últimos dias tornou-se um verdadeiro criadouro das larvas do mosquito da dengue.
Além disso, catadores autônomos já trabalham no local de forma irregular, arriscando a própria saúde, pois não fazem uso de equipamentos de segurança, como máscaras, luvas e botas próprias.
Para a catadora Maria Lúcia Lopes, 58 anos, que também trabalhava no antigo lixão, do Jardim Espírito Santo, deveria haver um controle, prometido pela Prefeitura, para que o local ofereça condições mínimas e dignas de trabalho. “Precisamos disso para ganhar nosso sustento. Mas, aqui é longe e não existe nenhuma condição de trabalho. É um sofrimento”, desabafa.
De acordo com informações da Secretaria de Infraestrutura do município, foi acertado em audiência pública que até o dia 10 de novembro um projeto preliminar que prevê como será o gerenciamento do local deve ser apresentado. Sendo aceito, os órgãos responsáveis, incluindo Prefeitura, Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba e Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), devem assumir o local a partir do dia 10 de dezembro deste ano. Quando isso acontecer, segundo foi informado pela secretaria, começará a haver a triagem do material enviado e todos os trabalhadores deverão estar cadastrados na Cáritas ou na Cooperativa de Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e Líquidos de Uberaba (Cooperu).
No caso de acontecer a entrada de lixo orgânico, como ocorre hoje, a partir do dia 10 de dezembro, a empresa Uberaba Ambiental ficará responsável pelo seu recolhimento e por dar o destino correto ao material. “Se as pessoas insistirem em colocar material que não é destinado, vão se entender com a Promotoria e Polícia Ambiental”, alertou Nagib Facuri, presidente do Sinduscon.