Cidade passa a ser o maior sítio paleontológico do país, com 38 pontos de coletas de fósseis catalogados, sendo 25 na área urbana e 13 na zona rural
Dente de dinossauro carnívoro, achado hoje no Residencial Maria da Glória, que passa a ser considerado mais um sítio fossilífero da cidade (Foto/Divulgação)
Uberaba acaba de ampliar o número de sítios fossilíferos identificados em seu território. Dois novos pontos de ocorrência de fósseis foram descobertos dentro da mancha urbana e zona de expansão da cidade, resultado de monitoramentos realizados pela empresa Geopac Consultoria Ambiental. Com isso, o município passa a contar com 38 sítios catalogados, sendo 25 na área urbana e 13 na zona rural, consolidando-se como a cidade brasileira com o maior número de salvamentos paleontológicos.
O geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro, idealizador do Geoparque Uberaba, destacou a relevância desse avanço. “Não existe nenhum município dentro do Brasil, dentre os mais de cinco mil, que possua esse número de ocorrências de fósseis monitoradas e salvas por programas ambientais de paleontologia. Isso faz com que Uberaba se torne o maior sítio paleontológico urbano do país”, afirmou.
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Os novos achados estão localizados em loteamentos em obras. Um deles fica no Residencial Dona Vera, à margem da MG-427, rodovia que liga Uberaba a Conceição das Alagoas. O outro está no Residencial Bairro da Glória, na região do Anel Viário, próximo à penitenciária. Os monitoramentos continuam em andamento e, segundo Luiz Carlos, os fósseis ainda serão analisados e encaminhados ao Complexo Cultural e Científico de Peirópolis.
Além dos novos registros, há a expectativa de que outros pontos em escavações recentes também revelem fósseis, o que pode elevar o número de sítios para 39 até o final do ano. “Estamos em uma rota de descobertas que mostra como Uberaba tem feito o dever de casa. É um exemplo de política de geoconservação mundial, com resultados únicos no planeta”, avaliou o geólogo.
A consolidação do município como referência no cenário nacional é fruto de políticas públicas de geoconservação adotadas pela Prefeitura de Uberaba, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais, a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a equipe técnica do Complexo de Peirópolis/UFTM. O novo Zoneamento Paleontológico, previsto para ser implementado em 2026, deve potencializar ainda mais os salvamentos na região.
“Esses achados fortalecem a ciência e o turismo, já que novas descobertas geram pesquisas, publicações e enriquecem o acervo do museu de Peirópolis, trazendo benefícios também para a comunidade”, acrescentou Ribeiro.