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Queimadas aumentam em 4x a quantidade de material particulado no ar de Uberaba

O fogo em vegetação no entorno da cidade reduz significativamente a qualidade do ar, com a concentração de material particulado em até cinco vezes

Rafaella Massa
Publicado em 23/08/2024 às 12:00Atualizado em 23/08/2024 às 18:46
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Incêndio na zona rural de Uberaba (Foto/Reprodução)

Incêndio na zona rural de Uberaba (Foto/Reprodução)

As queimadas têm causado um aumento significativo na quantidade de material particulado no ar de Uberaba. Segundo a professora e pesquisadora Ana Paula Senhuk, em períodos de incêndios, a concentração de partículas no ar chegou a 100 microgramas por metro cúbico, um valor 120% superior ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Os dados se referem aos meses de julho e agosto. A professora explica que na Univerdecidade, um dos pontos de monitoramento, os níveis de partículas normalmente variam entre 20 e 30 microgramas por metro cúbico. "Lá não há poluição veicular, é mais próximo da zona rural. Então, podemos inferir que as queimadas estão contribuindo para esse aumento. Em alguns dias, a quantidade de partículas aumenta de quatro a cinco vezes", afirma. 

As medições são realizadas quatro vezes por semana, com médias calculadas ao longo de 24 horas. O equipamento de monitoramento é instalado em diferentes pontos da cidade, permanecendo uma semana em cada local. "Temos um equipamento que fica uma semana na Univerdecidade, outra semana no Centro, e outra em condomínios mais próximos à zona rural, onde há maior problema de poluição do ar. Já o instalamos em uma escola rural que enfrenta sérios problemas com poluição do ar", relata Ana Paula. 

O valor considerado seguro pela OMS é de 45 microgramas por metro cúbico. No entanto, a pesquisadora explica que o Brasil não segue essa norma. "Não conseguimos reduzir para 45, então adotamos um limite de 120, que é um padrão de 1990. Este ano, a norma foi atualizada para reduzir esses valores. A partir de 2025, o limite será reduzido para 100, e em 20 anos, será reduzido para 50. Até 2044, a meta é atingir 50", explica. 

De acordo com Ana Paula, após o início da estação chuvosa, os resultados do estudo serão divulgados para a população. A professora também antecipa que, no próximo ano, deve começar o monitoramento de gases poluentes em Uberaba. 

"Com o monitoramento dos gases poluentes, teremos condições de calcular esses índices. Está no nosso radar disponibilizar essas informações para a população, possivelmente em páginas na internet, mas ainda estamos estudando como fazer isso. Atualmente, apenas com a medição de material particulado, não é possível calcular o índice de qualidade do ar, mas já conseguimos ter uma ideia de como a situação piora nos meses mais secos em comparação com os chuvosos, além de comparar diferentes locais da cidade", conclui. 

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