
Dom Paulo completa 75 anos em fevereiro de 2026 e disse que, independentemente da decisão, seguirá à disposição da Igreja (Foto/François Ramos)
O arcebispo metropolitano de Uberaba, Dom Paulo Mendes Peixoto, afirmou que poderá permanecer à frente da Arquidiocese mesmo após completar 75 anos, idade em que o Código de Direito Canônico prevê a apresentação de renúncia ao Papa. Em entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM, o clérigo explicou que a norma estabelece a entrega da carta ao pontífice, mas que a decisão final cabe ao líder supremo da Igreja Católica.
Segundo Dom Paulo, ele já tratou do assunto recentemente com o núncio apostólico no Brasil, representante do Papa Leão XIV no país. Ele contou que foi orientado a seguir o rito previsto pela Igreja, que consiste no envio de uma carta ao pontífice ao completar a idade canônica. Entretanto, observou que, em casos recentes, que houve solicitações para alguns bispos permanecerem por mais tempo à frente das dioceses e, portanto, não sabe qual será a posição adotada em seu caso específico. “Não sei como o Papa vai agir, porque ainda não tive uma conversa com ele sobre isso. Mas estou sentindo que os que já renunciaram, ele está pedindo para ficar pelo menos por dois anos a mais. Creio que vai acontecer isso comigo”, comentou.
Dom Paulo completa 75 anos em fevereiro de 2026 e disse que, independentemente da decisão, seguirá à disposição da Igreja, já que, segundo ele, o bispo emérito continua exercendo funções pastorais, mesmo sem estar à frente da administração. Ainda comentou sobre a possibilidade de permanecer no município mesmo após deixar o comando da Arquidiocese, ressaltando que criou vínculos fortes com a cidade e que, hoje, Uberaba se tornou sua principal referência. “Minhas referências anteriores já se fecharam. Meus pais faleceram, minha família se espalhou. Acho que vou acabar ficando por aqui mesmo”, disse.
O arcebispo também relacionou a possível permanência à forma como conduz a região metropolitana, destacando a importância do trabalho coletivo e da participação das comunidades. Segundo ele, a descentralização das decisões fortalece a Igreja e contribui para a continuidade das ações pastorais. “Prefiro errar com muitos do que acertar sozinho. Quando se centraliza tudo, há um esvaziamento”, concluiu o clérigo.