A passagem da supercarga por Uberaba, que chamou a atenção de motoristas e gerou questionamentos nas redes sociais esta semana, não foi um desvio improvisado, mas resultado de um planejamento técnico rigoroso, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Embora o comboio já tenha deixado o trecho urbano do município, o transporte segue no radar das equipes da região e deve retomar o deslocamento nas próximas horas, em direção à BR-153 e ao município do Prata (MG).
De acordo com Rocha Neto, em entrevista à Rádio JM, a definição do trajeto não considera apenas a distância entre a origem e o destino final da carga, mas, principalmente, a capacidade das rodovias, pontes, viadutos e curvas de suportarem o peso e as dimensões do transporte. “Pesa mais de 600 toneladas, então, cada trecho é previamente analisado por engenheiros, concessionárias e órgãos responsáveis. A rota escolhida é a que oferece menor risco, mesmo que isso signifique passar por uma cidade e, depois, retornar por outro caminho”, explicou.
Para o inspetor da PRF, mudanças aparentes de direção fazem parte da estratégia para evitar estruturas sensíveis, áreas urbanas mais densas ou trechos onde a supercarga não conseguiria manobrar com segurança. “É feito um estudo antes, de viabilidade. Cada rodovia, com suas obras de arte, ponte e viaduto, suporta uma determinada carga, e é por isso que ela faz tantos desvios. Não existe improviso. A rota já vem definida na Autorização Especial de Trânsito, com pontos específicos de passagem, parada e manobra”, afirmou.
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A operação envolve um conjunto de carretas com cerca de 123 metros de comprimento e dezenas de eixos direcionais, o que torna o transporte um dos mais complexos já acompanhados pela PRF na região. Durante a travessia por Uberaba, a escolta contou com apoio da Polícia Militar Rodoviária e de agentes de trânsito do município, garantindo a fluidez do tráfego e a segurança de motoristas e pedestres.
Segundo a PRF, o deslocamento ocorre apenas durante o dia e em dias úteis, com paradas programadas para inspeção mecânica e liberação controlada da pista. A previsão é de que o comboio avance agora em direção à BR-153, seguindo posteriormente para o município do Prata, sempre com acompanhamento das equipes policiais. A orientação é para que os motoristas redobrem a atenção ao se aproximarem do transporte, respeitem a sinalização e evitem ultrapassagens indevidas.
Sobre a carga
A supercarga pertence à Votorantim Cimentos e se trata de um sistema de moagem industrial, peça essencial para a linha de produção da fábrica da empresa em Edealina (GO). A carga saiu do Porto de Santos (SP) e percorre mais de 1.200 km até o destino final.
O transporte envolve um comboio de quatro caminhões tracionando o conjunto, com aproximadamente 123 metros de comprimento, 7,3 metros de largura e 5,7 metros de altura, e peso total de cerca de 636 toneladas. Por conta das dimensões e do peso, a operação exige escolta da PRF, apoio de concessionárias, engenheiros e equipes técnicas, além de paradas programadas para inspeção e liberação controlada da pista, garantindo segurança e fluidez no trânsito.