A BR-050, principal ligação entre Uberaba e Uberlândia, segue entre os trechos mais críticos de Minas Gerais em registros de acidentes e mortes nas rodovias federais. Segundo o Anuário 2024 da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o eixo da BR-050 no Triângulo Mineiro somou 639 sinistros e 44 óbitos ao longo do último ano, figurando entre os pontos com maior número de ocorrências no estado.
A rodovia é considerada estratégica para o escoamento da produção agrícola e industrial, além de ser rota de ligação entre o Sudeste e o Centro-Oeste. O trecho entre Uberaba e Uberlândia, apesar de ter pedágios e trechos duplicados, ainda enfrenta alto volume de tráfego, acessos urbanos intensos e riscos agravados por condutas imprudentes.
De acordo com a PRF, excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e consumo de álcool ao volante seguem como os principais fatores de risco. O cenário piora em finais de semana e feriados, quando o fluxo de veículos de passeio e de transporte de carga cresce nas rodovias da região.
No Triângulo Mineiro, além da BR-050, outros trechos considerados críticos incluem a BR-365, entre Ituiutaba e o Alto Paranaíba, ainda com longos segmentos de pista simples; a BR-452, entre Uberlândia e Tupaciguara; e a BR-153, na altura do Trevão, em Monte Alegre de Minas. Juntas, essas rodovias registraram mais de 1.500 acidentes e 76 mortes em 2024.
Em todo o estado, Minas Gerais lidera o ranking nacional de sinistros e mortes nas rodovias federais, com 9.296 acidentes e 794 óbitos em 2024. O número representa mais de 12% das mortes registradas no país, que totalizaram 6.160. Para especialistas, a posição mineira reflete a extensão territorial, o envelhecimento da malha viária e o intenso fluxo de caminhões que cruzam o estado diariamente.
Apesar de melhorias pontuais em trechos concedidos à iniciativa privada, como na própria BR-050, o impacto sobre a redução de mortes ainda é considerado limitado. Técnicos e órgãos de segurança defendem medidas combinadas — obras de duplicação, correções de traçado, reforço de sinalização, fiscalização eletrônica e campanhas permanentes de conscientização.
No caso do Triângulo, a PRF aponta que intervenções estruturais nos acessos urbanos da BR-050 e duplicações pendentes na BR-365 poderiam reduzir significativamente os riscos. Outra medida considerada essencial é ampliar a presença operacional da corporação na região, o que contribui para encurtar o tempo de resposta a ocorrências e inibir comportamentos de risco por parte dos motoristas.
*Com informações de O Regionalzão.