Apesar dos esforços e investimentos realizados nos últimos anos para ampliar o abastecimento de água em Uberaba, a captação de água do Rio Grande, considerada a solução definitiva para a segurança hídrica da cidade, ainda deve levar cerca de quatro anos para ser concluída. A informação foi dada pelo presidente do Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (Codau), Rui Ramos.
Em entrevista à Rádio JM, Ramos contou que, atualmente, Uberaba opera com três estações de tratamento que, juntas, produzem cerca de 1.200 litros por segundo de água tratada, vindos principalmente do Rio Uberaba e do Rio Claro. No entanto, a demanda em períodos de maior consumo ultrapassa 1.500 litros por segundo, especialmente nos dias mais quentes e finais de semana. “Mesmo com a perfuração de novos poços e ações para reduzir perdas, o sistema funciona no limite. Por isso, a decisão de buscar água no Rio Grande é correta e necessária, ainda que seja uma obra de longo prazo”, explicou Ramos.
Nos últimos anos, o Codau investiu na perfuração de poços profundos, ampliou reservatórios e implementou estações móveis de tratamento para tentar suprir a demanda imediata da população. O presidente ressalta que, apesar dos avanços, a seca prolongada do ano passado evidenciou a fragilidade do sistema. “Tivemos meio ano sem chuva e nem com a transposição do Rio Claro conseguimos evitar o plano de contingenciamento, que incluía fechar os reservatórios para manter a pressão e o abastecimento nos pontos mais altos da cidade”, relatou.
A captação no Rio Grande, orçada em cerca de R$ 380 milhões somente para a parte de água, será uma obra de grande porte que irá ampliar significativamente a capacidade de abastecimento e garantir a segurança hídrica de Uberaba para os próximos 20 a 30 anos. Segundo Rui Ramos, “a nova estação de tratamento vai permitir que Uberaba cresça e se desenvolva sem os atuais limites de água, que já restringem investimentos e a expansão da cidade”.
Enquanto a obra não é finalizada, a população deve continuar adotando medidas de economia e uso racional da água para minimizar os efeitos dos períodos secos. “Estamos no momento crítico e é fundamental que todos façam sua parte”, alertou o presidente do Codau.