Início de tumulto marcou o fim da tarde de ontem no Hospital de Clínicas da UFTM. Enquanto cerca de 20 pessoas aglomeravam-se do lado de fora da entrada principal do prédio, alguns usuários do sistema de saúde revoltaram-se com o tratamento que era oferecido aos pacientes que aguardavam por atendimento.
A comerciante Vilma Arantes Sousa estava no local acompanhando a filha doente e era uma das mais nervosas. “Ninguém aqui é capaz de chegar e tratar você como um ser humano, como uma pessoa. Aqui ninguém está mendigando porque todo mundo paga imposto”, protestou.
Depois de três passagens pela Unidade de Pronto-Atendimento do bairro São Benedito, Vilma e sua filha procuram o HC, e, mesmo sem encaminhamento médico, permaneceram no local das 13h às 16h. “A gente sabe que aqui não entra sem encaminhamento, mas, depois de ver a filha da gente passando mal a noite inteira, eu tinha que fazer alguma coisa”, reclamou. Ainda exaltada, a comerciante afirmou que nas passagens pela UPA, embora tenha conseguido atendimento, a medicação não foi suficiente para sanar o problema. “E eu não entendo por que depois de três consultas não quiseram dar o encaminhamento para minha filha ir ao hospital?!”, finalizou Vilma.
A reportagem do Jornal da Manhã procurou a Secretaria Municipal de Saúde, que informou, por meio de sua assessoria, que a emissão dos encaminhamentos fica subordinada somente à avaliação médica, dependendo da situação do caso, sua gravidade e urgência.
Depois do protesto na porta do HC, Vilma e sua filha voltaram à UPA na tentativa de conseguir a guia de encaminhamento, porém até o início da noite de ontem a jovem ainda não havia dado entrada no hospital.