Ao assinar contrato por mais um ano, Adilson Batista entrou para o seleto grupo de quatro técnicos que concluíram duas temporadas à frente do Cruzeiro e partiram para uma terceira. Feliz por assumir o desafio, o técnico deu entrevista ao site do clube. Adilson falou dos seus planos para o time. O Cruzeiro não terminava duas temporadas seguidas com o mesmo técnico desde à época de Ílton Chaves, em 1973 e 1974. Como assumiu em julho de 1972 e se despediu em maio de 1975, o ex-treinador celeste ficou a dois meses de concluir três anos no comando da equipe. Situações parecidas viveram os outros dois profissionais que completaram dois anos de trabalho à frente da Raposa. Airton Moreira assumiu o time em agosto de 1964 e ficou até outubro de 1967. Já Matturio Fabbi permaneceu no cargo de agosto de 1932 a agosto de 1935. Se concluir o terceiro ano, Adilson se isolará em segundo lugar na relação. O recordista absoluto em permanência como técnico do Cruzeiro é o próprio Matturio Fabbi, que foi o treinador celeste nas temporadas 1928, 1929, 1930 e 1931. Adilson ficou lisonjeado ao saber que se colocou entre os quatro profissionais que por mais tempo treinaram o Cruzeiro em sequência, sem esquecer os compromissos que faltam. "É motivo de orgulho. O objetivo é tentar completar esses dois jogos e fazer o melhor para conseguir a vaga (na Copa Libertadores), que seria muito importante para o clube e nós profissionais. Na sequência, a gente espera alcançar essa turma que tem uma história bonita no clube", disse. Para acertar com o Cruzeiro, Adilson levou em conta vários dados profissionais e pessoais, e agradeceu o apoio recebido tanto no clube como na família. Pela primeira vez desde que começou a carreira de técnico, no Mogi Mirim, em 2001, o treinador terá a companhia da esposa Márcia e das filhas Vanessa e Carolina, que vivem em Curitiba. "Primeiro eu gostaria de agradecer ao Cruzeiro, à torcida, ao presidente, ao bom ambiente de trabalho que eu tenho aqui na Toca, aos jogadores. A renovação de contrato desses atletas também pesou na decisão. A família pediu para que a gente tivesse um pouco de calma e paciência, que compreendesse e relevasse algumas situações. Elas vão me acompanhar em Belo Horizonte, o que me passa mais tranquilidade para desenvolver o trabalho. Uma série de fatores foram importantes para a gente tomar essa decisão, que foi a mais correta", observou. Adilson pretendia anunciar a decisão sobre a temporada 2010 depois do jogo entre Cruzeiro e Santos, na Vila Belmiro, no próximo dia 6. Mas o convite do Grêmio fez com que antecipasse a resposta ao acordo proposto pelo presidente Zezé Perrella. "A ideia era no final do ano, no dia 6. Mas surgiram algumas situações e a gente teve que acelerar. Uma delas foi o Grêmio. Conversei com o presidente Duda Kroeff, agradeci, fiquei lisonjeado de receber o convite. Mas disse a ele que precisava ouvir primeiro o Cruzeiro, sentei com o Zezé em Curitiba e a gente ratificou algumas conversas que tivemos anteriormente. Acabei permanecendo", concluiu.