Augusto Melo foi indiciado por crimes como associação criminosa, furto qualificado, lavagem de dinheiro e etc (Foto/Rodrigo Coca/Corinthians)
A iminente possibilidade de Augusto Melo reassumir a presidência do Corinthians em agosto tem despertado sérias dúvidas quanto ao futuro jurídico e financeiro do clube. Conforme análise do jornalista Tiago Salazar, publicada na Gazeta Esportiva, a situação se complica ainda mais devido ao fato de Melo ter sido oficialmente indiciado por crimes como associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, tornando-se réu no caso VaideBet.
Dentro dessa conjuntura, os contratos firmados pelo Corinthians — especialmente o do atacante holandês Memphis Depay — incluem cláusulas que tratam diretamente de compliance e anticorrupção. Três cláusulas específicas (10.12, 10.13 e 10.14) deixam claro que o clube assegura que nenhum dirigente esteja envolvido em práticas ilegais conforme as leis nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção) e nº 9.613/1998 (Lei contra Lavagem de Dinheiro).
Caso essas cláusulas sejam descumpridas, a legislação interna do contrato estabelece, no item 10.14, que tal violação será considerada “infração grave”, o que possibilita a rescisão unilateral por parte do atleta sem que ele seja prejudicado juridicamente. Em outras palavras, Memphis poderia romper seu vínculo com o Timão a qualquer momento, caso o clube não mantenha a regularidade exigida.
Porém, conforme aponta Tiago Salazar na Gazeta Esportiva, o Corinthians ainda teria que arcar com a remuneração integral do jogador até o término do contrato, previsto para junho de 2026. O valor total dos salários líquidos ultrapassa R$ 70 milhões, sem contar os encargos trabalhistas, como 13º salário, FGTS, férias e adicionais legais.
Além disso, o contrato estipula que Memphis tem direito a horas extras, já que sua carga semanal é limitada a 44 horas, mas pode ser excedida devido a viagens e jogos fora de São Paulo, o que poderia elevar ainda mais os custos para o clube.
Não apenas o vínculo com o atleta está em risco. A possível retomada de Melo na presidência pode também afetar os acordos com patrocinadores, muitos dos quais possuem cláusulas anticorrupção semelhantes. Caso considerem que a gestão está comprometida, esses patrocinadores podem optar por suspender ou encerrar seus contratos, causando impacto financeiro expressivo.
Este cenário, revelado pelo jornalista Tiago Salazar para a Gazeta Esportiva, coloca o Corinthians diante de um desafio administrativo e financeiro complexo, exigindo cautela da diretoria para evitar uma crise ainda maior, tanto dentro das quatro linhas quanto no âmbito institucional.