O segundo jogo da final do Campeonato Amador Master Módulo A, entre Madureira e Bonsucesso, ficará guardado para sempre na memória de Gasolina. Após sofrer numa única partida mais gols do que em todo o resto da competição, o goleiro do Madureira passou por maus bocados no estádio Valdyrão. Ele foi acusado por jogadores, dirigentes e torcedores do Leão do Gameleira de ter vendido o jogo.
Em entrevista à Rádio JM, Gasolina se mostrou indignado com a acusação. Segundo ele, todo goleiro está sujeito a erros. “Estou acostumado com decisões, pois já disputei várias, conquistando muitos títulos. Já enfrentei grandes equipes do futebol brasileiro, em estádios com mais de 40 mil pessoas. Por conta dessa experiência, eu estava tranquilo para a decisão do Master. Era apenas mais uma final na minha carreira. Mas qualquer goleiro ou jogador está sujeito a erros, a falhas. O Roberto Carlos, em 2006, também foi acusado de entregar o jogo para a França”, disse o goleiro.
Gasolina não escondeu a sua insatisfação com alguns companheiros de equipe. “Fiquei nervoso, chateado e magoado com alguns jogadores do Madureira. As pessoas esquecem que fechei o gol durante todo o campeonato. Falhas acontecem. É normal no futebol. Torcedor pode falar o que quiser. Agora, é muito triste ouvir o que eu ouvi de companheiros de time. No segundo tempo, eu estava mal, um nada (sic). Apenas o Vandão e o Eustáquio me apoiaram. Ainda fizeram eu bater o pênalti. Como posso ter entregado o jogo se fomos campeões? Eles acharam que eu não queria ser campeão?”, questionou.
Efetivado como preparador de goleiros do Uberaba Sport Club, Gasolina deve ficar um tempo afastado do futebol Amador. O goleiro, que já tinha acertado sua transferência para o Vila Nova, promete voltar todas as suas atenções para o novo cargo no Colorado. “Conversei bastante com o Ernani no domingo (30). Ele é muito inteligente e está me ajudando. Sei que posso fazer um excelente trabalho, como treinador de goleiros. Estou pronto para assumir essa função. Por isso, vou me afastar dos gramados por um tempo. Não sei se será para sempre. O Wolnei, do Vila Nova, já tinha acertado tudo comigo. Nos próximos dias, devo me reunir com ele. Gosto muito dele e tenho certeza que os dirigentes vão entender a minha decisão”, explicou Gasolina.
Bonsucesso. O dirigente do Bonsucesso, Toninho Martins, garantiu que o Madureira venceu o primeiro jogo por mérito. Ele afirma que prejudicou a equipe dele com escalação errada. “Jamais tive dúvidas que com o time completo nós reverteríamos a situação. Se não fosse o Marcinho Severo ter se machucado aos 35 minutos, teríamos feito 5, 6 ou 7 gols. A partida foi maravilhosa e eletrizante, mas o que fizeram com o Gasolina é uma falta de respeito, falta de consideração com o ser humano. Estão transferindo culpas. Não convivo com o jogador, ele nunca atuou em times comigo. Espero que com esta oportunidade do Ernani ele possa dar a volta por cima. Quero que as pessoas que tentaram agredi-lo, peçam perdão de joelhos. E fica a pergunta: se ele tivesse vendido o jogo teria acertado o pênalti? A polícia estava lá para defendê-lo, não importava mais se ele tinha feito ou não um bom trabalho. Esse povo esquece que o Bonsucesso disputou 13 finais e foi vice em 5 e que nós não precisávamos fazer uma covardia destas”, desabafou o dirigente.
Quanto ao resultado nas cobranças de pênaltis, Toninho fez questão de deixar claro que a preocupação de todos os jogadores do Bonsucesso era muito grande. “Meu time ficou preocupado com a integridade física do jogador do Madureira. O Edvaldo chegou para mim dizendo que título nenhum ia deixá-lo feliz se o Gasolina saísse de lá machucado. Chegamos a pedir para ele errar a cobrança” finalizou Toninho.