Convocado para a posição mais contestada da seleção brasileira, possivelmente a única lacuna no time titular do técnico Dunga, o lateral Gilberto, do Cruzeiro, tratou a disputa pelo setor como um desafio. Depois de deixar para trás o fantasma de Roberto Carlos, que reapareceu às vésperas do anúncio dos 23 eleitos, o ala procurou não se comparar ao corintiano, titular nas últimas três Copas do Mundo, e enfatizou ter um estilo próprio. "Acho que o Roberto é um grande jogador. Não estou aqui para me comparar a ele. Não sou fã dessa comparação. Não sou igual ao Michel, ao Marcelo ou Fábio Aurélio. O que eu acredito na minha cabeça é que, ao ser convocado, tenho que fazer o melhor", disse o jogador, querendo criar a própria história. "O Roberto tem o estilo dele, tem uma carreira linda dentro da seleção. Minha pretensão é fazer o melhor sempre que for convocado", acrescentou Gilberto. Incluso no grupo para o Mundial, o lateral quer buscar um lugar como titular, mas acredita que não sai em vantagem por conta de sua experiência. "O que vai prevalecer dentro da seleção é esse tempo que estamos concentrados. Nesse tempo de trabalho fisco e na África, quando teremos mais contato com a bola. E isso que vai fazer o jogador mostrar para o Dunga que está em plenas condições de jogar", disse, antes de descartar que sua experiência possa fazer a diferença na briga com Michel Bastos. "Ser mais velho, ter mais jogos, ou gol em Copa não vai diferenciar ninguém. Ninguém joga com o nome nem com o passado", garantiu. Gilberto se coloca na luta pela lateral e descarta o meio-campo, onde tem atuado no Cruzeiro. Mesmo assim, apoia a convocação dos chamados versáteis por Dunga. "A versatilidade não atrapalha ninguém. Se o cara falar três ou quatro línguas, isso nunca vai atrapalhar. Eu fui convocado para lateral. E tenho certeza que o Daniel (Alves) foi convocado para a lateral-direita, mas se o Dunga precisar dele no meio-campo, ele vai fazer muito bem. Isso sempre ajuda o jogador, às vezes o treinador não precisa fazer uma substituição a mais", concluiu.