Filho de uma das pessoas que morreram no acidente ocorrido na BR-262, na noite de sábado (18), protocolou na tarde de ontem representação no Ministério Público Federal
Filho de uma das pessoas que morreram no acidente ocorrido na BR-262, na noite de sábado (18), protocolou na tarde de ontem representação no Ministério Público Federal para apurar responsabilidade criminal do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Luciano Amaral Borges, filho de Beatriz Amaral Borges, apresentou documentação reforçada por fotos do local tiradas por ele no dia 20, vídeo gravado em CD no dia 23, apontando problemas na sinalização que teriam provocado a tragédia e até reportagens do Jornal da Manhã sofre o fato.
No início da semana, o cunhado da vítima, Wanderley Borges de Melo, já tinha afirmado, em reportagem do JM, que, no momento do acidente, o trecho recém-duplicado não contava com sinalização adequada e visível para os motoristas. Agora, Luciano relatou os fatos em carta entregue ao Ministério Público Federal.
No material, ele afirma que “foi constatado pelas pessoas que transitavam pelo local habitualmente e no dia do acidente que, mesmo com a liberação do trecho duplicado, a sinalização estava confusa e induzia o motorista a entrar na contramão, já que não havia cones no local e a faixa branca contínua na pista levava o condutor a pegar a pista contrária”.
Ainda de acordo com Luciano, o vídeo feito no dia 23 mostra que a placa que sinalizava final de pista dupla já não está mais no local e que a faixa branca contínua, ainda presente, continua confundindo os motoristas e os induzindo em direção à outra pista. “Essa situação, à noite, é muito perigosa”, afirma. “Se a placa indicava final da pista dupla, o condutor do veículo acabaria, naturalmente, seguindo a faixa branca contínua que leva o carro à contramão, como ocorreu no acidente em que minha mãe morreu”, explica.
O acidente. Um Santana foi atingido pelo Corsa, conduzido por Jorge André dos Santos, 51 anos, que trafegava no sentido oposto e invadiu a contramão de direção, na noite de sábado, 18. Além de Jorge, morreu no local a passageira do Santana, Beatriz Amaral Borges, 63 anos, mãe de Luciano Amaral Borges.
Posicionamento. O engenheiro-chefe do Dnit Uberaba, Elias João Barbosa, reafirmou que o local onde ocorreu o acidente já estava sinalizado com faixas e obstáculos para evitar que os motoristas passassem para a contramão. “É uma sinalização provisória porque o segmento ainda está em obras, mas que não pode ficar fechado porque tem tráfego intenso, de sete mil veículos diariamente, em média”, afirma.
Também segundo Elias João, mesmo assim o Dnit pediu ao Exército que reforçasse a sinalização no trecho, inclusive com cones, o que foi feito após o acidente. “Além disso, a faixa branca contínua questionada pelos familiares da vítima está desgastada e não predomina mais na pista. De qualquer forma, a partir de agora vamos esperar o posicionamento do Ministério Público Federal”, finaliza.