Equipes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram mobilizadas e enviadas à Grande São Paulo para auxiliar no restabelecimento do fornecimento de energia elétrica após mais um episódio de apagões registrados na região metropolitana paulista. A atuação dos mineiros ocorre em meio às dificuldades enfrentadas pela concessionária Enel para normalizar o sistema, afetado por temporais sucessivos desde a última semana.
O apoio foi acionado após determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia, que definiram o compartilhamento de equipes especializadas na reconstrução de redes e substituição de postes. Os trabalhadores da Cemig chegaram a São Paulo já na segunda-feira (16), somando esforços com profissionais de outras distribuidoras do Sul e do Sudeste.
No último domingo (14), a Enel ainda não havia conseguido restabelecer o serviço para todos os consumidores da Grande São Paulo. Na manhã desta quarta-feira (17), novos dados da concessionária apontam mais de 44 mil imóveis sem energia elétrica, sendo cerca de 28,4 mil apenas na capital, após chuvas registradas desde a terça-feira (16).
A crise atual se soma a um apagão de grandes proporções ocorrido na semana passada, quando um ciclone extratropical provocou ventos próximos de 100 km/h. Na ocasião, cerca de 2,2 milhões de clientes ficaram sem luz, e a normalização do sistema levou mais de cinco dias, sendo concluída somente na segunda-feira (15).
A Aneel informou que realizou vistoria técnica na sexta-feira (12) no Centro de Operações da Enel SP, na Base de Guarapiranga, e avaliou que a estrutura operava dentro do esperado. Já a Enel declarou, em nota, que a mobilização de equipes de outras concessionárias é um procedimento comum em situações de contingência no setor elétrico.
No entanto, a gravidade e a repetição dos problemas levaram a um desdobramento político ontem, terça-feira (16), quando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o prefeito da capital, Ricardo Nunes, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciaram o pedido de abertura do processo de caducidade do contrato da Enel. Segundo o governo estadual, a situação da concessionária é considerada “insustentável”, e a Aneel deverá conduzir o procedimento que pode resultar na substituição da empresa antes do término do contrato, previsto para 2028.