DETECTAR IA

Sinais claros de que um conteúdo pode ter sido gerado por IA

Publicado em 18/12/2025 às 09:29
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Detectar um texto criado por IA virou um pequeno esporte diário. Algumas pessoas leem duas frases e já suspeitam. Outras só percebem depois da terceira leitura, quando algo parece estranho, mas ninguém sabe exatamente o que é. O curioso é que os sinais aparecem sempre nos lugares mais comuns e, quando alguém aprende a enxergá-los, fica difícil ignorar.

Quem trabalha com revisão já conhece bem esse jogo. E muita gente usa ferramentas como o detector de IA para conferir as próprias dúvidas quando o radar interno começa a tocar.

Cada caso é um caso, porém alguns padrões chamam tanta atenção que acabam virando quase piada interna entre redatores e editores.

Quando tudo parece organizado demais

Alguns textos apresentam uma ordem tão impecável que dá vontade de aplaudir. Cada frase segue exatamente a mesma cadência, como se o autor tivesse passado horas alinhando todas no mesmo ritmo.

O resultado pode até soar elegante, mas muitas vezes não soa natural. Pessoas reais tropeçam um pouco. Elas mudam de ritmo, perdem o fio da meada e voltam com outra energia. Um conteúdo que mantém tudo em linha reta do começo ao fim costuma levantar sobrancelhas.

A repetição também entrega muita coisa. Se cada parágrafo começa de um jeito muito parecido, a suspeita cresce rápido.

Às vezes o texto está correto, mas tão polido que parece ter sido passado por um filtro. Isso não invalida o conteúdo, só sugere que ele teve ajuda de algum gerador.

Quando o texto responde antes mesmo de pensar

Um traço comum é a rapidez com que algumas respostas são dadas. O texto se apresenta repleto de certeza, como se tivesse certezas absolutas para todos os casos. Essa forma de construção normalmente evita os detalhes do mundo real e prefere as generalizações. Nada de estranho. Nada de novo. É quase como conversar com um indivíduo que sempre tem algo a dizer, até mesmo sobre temas que normalmente exigem tempo para pensar.

Outro indício aparece quando o texto tenta agradar em todas as direções. Ele apresenta longas respuestas com equílibrio em suas frases e generalizações, porém sem aquele toque de personalidade que distingue os humanos dos sistemas automáticos.

Há conteúdos que funcionam bem mesmo assim, porém o excesso de neutralidade pode virar um sinal curioso para quem presta atenção.

Quando a estrutura começa a parecer uma fórmula

Textos criados às pressas costumam seguir modelos repetidos. Alguns parágrafos assumem formato de manual, sem surpresas. É o famoso “introduzir, explicar, concluir, repetir”. Quem lê muito percebe rápido quando as ideias surgem exatamente na ordem esperada, sem desvios ou pausas naturais. Isso não significa erro. Significa só que alguém pode ter usado um padrão pronto demais.

Frases excessivamente equilibradas atraem também a atenção. Elas aparecem com tamanho muito próximo e preservam a variação do ritmo. Falta aquela frase inesperadamente curta interrompendo o pensar ou aquela mais longa, que retrata várias nuâncias. A falta dessas pequenas imperfeições faz com que a leitura pareça artificial. 

Outra situação comum de produção refere-se ao texto que tenta explicar tudo com didatismo exagerado. Ele repete conceitos, reforça conclusões muito óbvias e evita as nuâncias. A intenção pode ser até boa, mas resulta com cara de produção automática. 

Em determinadas ocasiões o conteúdo ao menos tenta ser informal, mas o que se escuta é um alguém imitando o que parece ser uma conversa humana, sem vivência real por trás.

Quando as emoções parecem copiadas de um catálogo

O conteúdo pode até falar de sentimentos, mas faz isso de forma distante. Pessoas costumam inserir pequenas histórias ou lembranças, mesmo que breves. Uma frase perdida aqui, outra ali. A IA, por outro lado, costuma usar emoções de forma mais genérica, como se estivesse citando um manual de expressões humanas. Isso aparece em textos que tratam temas pessoais sem trazer nenhum detalhe concreto da experiência.

Outro sinal aparece quando o texto tenta soar simpático, porém sempre com expressões seguras demais. Não há dúvida, não há humor involuntário, não há opinião que escape. Esse tipo de autocontrole extremo não combina muito com escrita humana.

E existe o fenômeno do entusiasmo calibrado. O texto elogia, incentiva, celebra, mas faz isso com frases que não parecem vir de alguém que realmente viveu aquilo. A sensação é parecida com ler um discurso pronto.

Quando o conteúdo repete a mesma ideia de maneiras diferentes

Algumas produções insistem na mesma mensagem, mudando só as palavras. O leitor avança e percebe que está lendo a mesma informação com roupagens mínimas. Esse padrão sugere ausência de experiência direta e aparece com frequência em textos automatizados que tentam completar tamanho mínimo.

Outro ponto é a falta de posicionamento. O texto dá voltas ao redor do tema sem realmente entrar no conflito, como se evitasse qualquer opinião específica. Pessoas normalmente não resistem e acabam revelando um ponto de vista.

Há momentos em que o conteúdo até tenta soar natural, porém cai em ciclos. A mesma estrutura se repete em blocos diferentes, como se houvesse um molde invisível sendo reaplicado.

Quando a linguagem não acompanha o contexto

Às vezes o texto fala de um tema simples usando palavras excessivamente formais. Em outras situações acontece o contrário.
Pessoas naturalmente ajustam a linguagem ao ambiente. A IA nem sempre acerta isso. Ela combina registros diferentes de forma inesperada e cria frases que não combinam com o propósito do conteúdo.

Outro sintoma é a ausência de erros leves. A escrita humana sempre escapa em alguma pequena imperfeição estilística. Quando tudo está limpo demais, sem nenhum vestígio de espontaneidade, a suspeita aumenta. Há também o caso do vocabulário repetido. Determinadas expressões aparecem tantas vezes que o texto começa a parecer um exercício de variações.

Considerações finais

Nenhum desses sinais é, por si só, um sinal confiável. Eles são apoio para identificar os padrões que aparecem, com certa frequência, nos textos automatizados. A escrita humana navega em todo lugar, enquanto o texto de IA parece ser mais linear na sua lógica. Essa é a razão pela qual o olho é tão interessante. As ferramentas específicas podem ser aliadas dessa leitura, mas o olhar humano é fundamental. Quem treina o olhar consegue discernir as pequenas pistas escondidas entrelinhas.

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