PRESO

Ex-assessor de Alexandre de Moraes é detido na Itália após denúncia de vazamento de dados do STF

Acusado pela PGR de violar sigilo funcional e de envolvimento em ataques à democracia, Eduardo Tagliaferro é alvo de pedido de extradição

Hédio Ferreira Júnior/O Tempo
Publicado em 01/10/2025 às 15:11
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Tagliaferro (no telão) foi levado a uma delegacia italiana e terá restrições de circulação enquanto aguarda a análise do pedido de extradição (Foto/Senado Federal do Brasil)

Tagliaferro (no telão) foi levado a uma delegacia italiana e terá restrições de circulação enquanto aguarda a análise do pedido de extradição (Foto/Senado Federal do Brasil)

A Polícia da Itália deteve nesta quarta-feira (1º/10) o ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro.

Ele foi levado a uma delegacia para aplicação de medidas cautelares, como restrição de circulação, mas sua defesa afirma que ele não ficará preso. A informação foi dada pelo Estadão.

Tagliaferro está em território italiano desde 2023 e é alvo de pedido de extradição formalizado pelo governo brasileiro.

Ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na gestão de Moraes como presidente, Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por vazamento de informações sigilosas do gabinete do ministro, além de violação de sigilo funcional e obstrução da Justiça. 

O procurador-geral Paulo Gonet o acusa de colaborar com grupos que buscavam enfraquecer o sistema eletrônico de votação e de atuar em favor de uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Depoimento virtual em comissão do Senado

Já fora do país, Tagliaferro apresentou documentos e acusações contra Alexandre de Moraes em audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado, em setembro deste ano. 

Convidado pela oposição, ele afirmou que o ministro teria autorizado alterações em documentos para justificar operações da Polícia Federal (PF) contra empresários suspeitos de financiar atos antidemocráticos. Em sua versão, Moraes não queria que a operação parecesse baseada apenas em notícias da imprensa.

As declarações foram exploradas por parlamentares bolsonaristas como parte de uma ofensiva política contra o STF. Senadores como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF) classificaram os relatos como “gravíssimos” e pediram medidas contra o ministro. Nenhum representante da base governista compareceu à sessão.

Em nota, Alexandre de Moraes negou irregularidades e afirmou que todas as determinações em inquéritos sobre fake news e milícias digitais seguiram os trâmites legais, com ciência da PGR. “Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados”, destacou o gabinete do ministro.

O episódio ocorre em meio à repercussão do chamado “Vaza Toga”, série de diálogos vazados atribuídos a Tagliaferro e publicados pela imprensa em 2024, nos quais aparecem supostos pedidos informais do gabinete de Moraes a órgãos de investigação. A defesa do ministro sustenta que todas as solicitações foram amparadas por lei e devidamente registradas nos autos.

Com a detenção na Itália, Eduardo Tagliaferro passa agora a responder às medidas judiciais em território europeu, enquanto as autoridades brasileiras aguardam a análise do pedido de extradição.

Fonte: O Tempo

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