Na primeira metade de agosto, a venda externa da carne brasileira cresceu quase 25% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, a média diária de embarques de carne in natura foi de 12,3 mil toneladas, 2,5% acima da média de julho, mês de exportação recorde. O setor mostra bom desempenho, mesmo diante das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos importados do Brasil - a taxas entraram em vigor em 6 de agosto.
Conforme análise do Cepea, caso siga nesse ritmo, as exportações de agosto devem renovar o recorde de julho. De lá para cá, o dólar desvalorizou bastante, mas o preço médio em dólar avançou o suficiente para manter estável o valor em real: R$ 30.680 a tonelada da carne in natura.
Produção x exportação
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção de carne bovina não tem acompanhado o avanço das exportações. No primeiro semestre deste ano, o volume de carne bovina exportado (in natura e processada) superou em 164,1 mil toneladas os embarques do mesmo período de 2024, ao passo que a produção formal foi ampliada em apenas 122 mil toneladas. Como resultado, os preços do boi e da carne cresceram cerca de 35% em relação ao registrado há um ano, em termos reais (já descontada a inflação).
Segundo pesquisadores do Cepea, a exportação vem crescendo mês a mês desde o ano passado. No primeiro semestre de 2024, foram enviados ao exterior 25,1% da produção formal; nos primeiros seis meses de 2025, foram 28,7%. Pesquisadores do Cepea reforçam que o aumento ocorre também do primeiro para o segundo trimestre de 2025: de 27,4% para 29,9%, o que representa a maior participação do setor externo na história.
Fonte: O Tempo.