A decisão judicial determina que a empresa responsável pelo serviço de e-mail forneça não apenas informações cadastrais do titular da conta, mas também os registros de acesso (Foto/Reprodução)
A Justiça de São Paulo autorizou a quebra de sigilo de uma conta de e-mail suspeita de ter enviado ameaças de morte ao youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. O criador de conteúdo ganhou destaque recentemente após publicar um vídeo denunciando a exploração e a adultização de crianças e adolescentes em produções para redes sociais, nas quais o influenciador Hytalo Santos foi citado.
De acordo com o advogado de Felca, duas mensagens ameaçadoras foram enviadas no sábado (16) por meio desse endereço eletrônico.
A decisão judicial determina que a empresa responsável pelo serviço de e-mail forneça não apenas informações cadastrais do titular da conta, mas também os registros de acesso, como endereços de IP utilizados nos últimos seis meses, portas lógicas, datas e horários detalhados até em milésimos de segundo. Até o momento, o Google, que foi acionado, não se manifestou.
Nos últimos dias, Felca relatou ter sido alvo de diferentes intimidações e afirmou que, por segurança, passou a utilizar carro blindado. Em entrevista ao podcast PodDelas, ele destacou:
“Estou recebendo muitas ameaças, de temas muito delicados. Por isso precisei reforçar a segurança. Só por conta da questão das apostas, já vieram inúmeras ameaças.”
No vídeo que originou a polêmica, o youtuber expôs situações em que menores aparecem em ambientes voltados para adultos, como festas, ou em contextos sexualizados, denunciando o que chamou de “adultização” infantil. Entre os exemplos citados, estava o conteúdo de Hytalo Santos, criticado por publicar dinâmicas em que adolescentes participam de beijos, danças sensuais e festas com consumo de bebidas alcoólicas.
Hytalo e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos na sexta-feira (15). A prisão preventiva, segundo despacho judicial, foi decretada para evitar a destruição de provas e a intimidação de testemunhas, condutas que, conforme a Promotoria, já vinham ocorrendo desde que o influenciador tomou conhecimento da investigação.