O setor de seguros deve crescer 8% no Brasil em 2026. A projeção é da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), e a estimativa considera todos os segmentos. O único produto que não entra no cálculo é a Previdência Aberta, que, conforme a entidade, ainda não dispõe de parâmetros suficientes para cálculo em razão da mensuração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
De acordo com o presidente da Confederação, Dyogo Oliveira, o impacto do IOF ainda é imprevisível, especialmente porque, no próximo ano, haverá novamente uma mudança de regra. “Até 2025, depósitos de até R$ 300 mil por seguradora estão isentos de IOF. Em 2026, o limite passa para R$ 600 mil, mas a regra passa a considerar também o agregado de mercado, ou seja, somando todos os aportes do segurado em uma ou mais seguradoras. Não há como antecipar como o cliente irá se comportar diante desse novo cenário”, citou.
Apesar do cenário, de acordo com o executivo, o crescimento projetado é positivo. “Com uma inflação estimada em 4%, estamos falando de um avanço real de 4%, um crescimento robusto e distribuído entre diversos ramos do setor”, avalia.
Automóvel
Entre os produtos com melhor desempenho projetado para o próximo ano, o seguro automóvel deve crescer 7,7% em 2026. Entre janeiro e setembro deste ano, o produto arrecadou R$ 45,2 bilhões - uma alta de 6,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O avanço reflete principalmente a estabilidade dos sinistros, que se mantiveram em 59,8% até setembro de 2025, e o aumento das vendas de veículos – em especial, os elétricos e híbridos.
Habitacional
O seguro habitacional também segue em trajetória de expansão, acompanhando o aquecimento do mercado imobiliário. A projeção é de crescimento de 10,2% em 2026. Entre janeiro e setembro deste ano, o produto registrou alta de 12,2%, totalizando R$ 5,9 bilhões arrecadados.
Transporte e Garantia
O segmento de transporte também apresenta boas estimativas para o próximo ano. A CNseg projeta alta de 6,6%, resultado influenciado pela expansão do comércio eletrônico e pela maior demanda logística.
Outro destaque é o seguro Garantia, essencial em obras públicas, concessões, licitações e contratos fiscais. O produto deve crescer 12,1% em 2026, impulsionado pelo aumento esperado na demanda por Garantia Judicial.
Seguro Rural
Por outro lado, o desempenho do seguro rural é ponto de alerta para o setor. O produto deve crescer apenas 2,3% em 2026, impactado pela inadimplência elevada em 2025, que chegou a 11,4% em outubro — o maior patamar da série histórica — e pelas incertezas em torno do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Em 2025, o PSR cobriu 2,2 milhões de hectares, menos de 5% da área agricultável nacional. Apesar das limitações, conforme a CNSeg, o produto apresenta melhora em relação à expectativa para 2025, que aponta para uma queda de 6,4%.
Macroeconomia
A CNseg também divulgou suas projeções macroeconômicas para 2026. O Produto Interno Bruto (PIB) pode alcançar crescimento de 1,95%, percentual mais otimista do que o previsto pelo Boletim Focus do Banco Central, que projeta alta de aproximadamente 1,8%. A entidade projeta ainda uma taxa Selic de 12% ao final do ano, contra os 15% deste ano. Já o IPCA estimado para 2026 é de 4,08%, e o câmbio médio de R$/US$ 5,38.
Fonte: O Tempo.