O Brasil ocupa a terceira posição entre 16 países no ranking global de desigualdade salarial entre autoridades públicas e a população, atrás apenas de México e África do Sul. O dado é do Índice de Disparidade Salarial 2025, elaborado pelo grupo Livres.
Segundo o levantamento, o presidente da República e deputados federais recebem R$ 44 mil, 21 vezes a renda média domiciliar per capita, de R$ 2.069, registrada pelo IBGE em 2024. A média global é de 10,7 vezes; em países em desenvolvimento, 16,8.
No Judiciário, a diferença é ainda maior: juízes federais tiveram renda média de R$ 48,6 mil, o equivalente a 23,5 vezes a renda dos brasileiros. Houve casos de remunerações que ultrapassaram R$ 400 mil, com adicionais e verbas indenizatórias.
A disparidade no Brasil é mais que o dobro da registrada na Argentina e no Reino Unido, e supera também a de países como Suíça e Alemanha. O estudo não incluiu servidores concursados ou comissionados do Executivo, onde os salários mais altos podem ultrapassar R$ 500 mil ao ano.
Para especialistas, essa distância contribui para o afastamento das autoridades da realidade da população e pode enfraquecer a confiança nas instituições.