As 1.500 cabeças de gado de corte para abate furtadas em fazenda no município de Prata (MG) – considerado o maior furto de gado no estado de Minas Gerais na última década – eram controladas pelo IMA e tinham a marca “15” em um dos lados. O gado está avaliado em mais de R$4 milhões. A afirmação é do advogado da empresa Agropecuária Esmeralda, com sede na avenida Leopoldino de Oliveira, em Uberaba, e responsável pela administração da “Fazendinha”. Foram instaurados dois inquéritos policiais, sendo que um tramita na presidência do delegado PC do Prata e outro está na responsabilidade do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), com sede em Belo Horizonte. Mais de um ano se passou sem que ninguém fosse indiciado, mesmo existindo dois fortes suspeitos.
Conforme foi apurado, o primeiro furto foi de 300 cabeças de gado de corte para abate. O suspeito de autoria é um ex-funcionário, que recebia mensalmente R$2,4 mil. Após se demitir, apresentou patrimônio incompatível com o salário que recebia. A Delegacia do Prata instaurou inquérito policial e ninguém foi sequer indiciado até o momento.
Posteriormente, foram furtadas mais 1.200 cabeças de gado de corte para abate. E, de novo, o suspeito é um ex-funcionário, que, juntamente com comparsas, apresentou enriquecimento totalmente incompatível com sua renda. E, conforme fonte, ele estaria gastando dinheiro com juros extorsivos através de um militar aposentado.
No caso das 1.200 cabeças de gado de corte para abate, devido à complexidade e magnitude do crime, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, chegou a intervir e determinar que a Polícia Civil, por meio do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), com sede em Belo Horizonte, investiga o caso. Também neste caso, apesar das evidências incontestáveis, ninguém foi preso e nenhuma cabeça de gado foi recuperada.
A suspeita é que parte das 1.200 cabeças de gado de corte para abate tenha sido receptada por frigoríficos na região de Uberaba, uma vez que a rota do crime inclui os municípios de Delta (MG) e Conquista (MG). Os frigoríficos estariam comprando gado furtado e, com nota fiscal falsa, teriam abatido os animais e vendido a carne.
A reportagem do Jornal da Manhã, na tarde de ontem, tentou falar com os delegados PC do Prata e do Depatri em Belo Horizonte, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
A reportagem também tentou buscar informações sobre os inquéritos policiais junto à Assessoria de Imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais, mas também não houve resposta até o fechamento desta matéria.