INVESTIGAÇÃO

Apartamento de uberabense em SP não foi invadido, conclui polícia

Carlos Paiva
Publicado em 20/07/2023 às 20:28Atualizado em 20/07/2023 às 20:30
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No apartamento da jovem foram encontradas porções de maconha, cocaína e anfetamina e a sua colega com quem dividia o aluguel admitiu em depoimento que ambas faziam uso esporádico de drogas (Foto/Divulgação)

No apartamento da jovem foram encontradas porções de maconha, cocaína e anfetamina e a sua colega com quem dividia o aluguel admitiu em depoimento que ambas faziam uso esporádico de drogas (Foto/Divulgação)

O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado de São Paulo descartou a possibilidade de que alguém tenha entrado no apartamento da uberabense e ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira, de 21 anos, antes de ela ser encontrada morta pela amiga com quem dividia o aluguel, no último dia 1º, no bairro de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. As circunstâncias em que o corpo da ex-modelo foi encontrado levantaram suspeitas de que ela poderia ter sido vítima de violência sexual e, em seguida, assassinada.

Antes de ser encontrada sem vida sobre sua cama, nua, com um travesseiro sobre o rosto, vizinhos afirmaram ter ouvido a ex-modelo pedir ajuda, com a voz “abafada”. Um destes vizinhos chegou a gravar, mas não acionou a polícia. Eles também relataram que a cama rangeu por cerca de 20 minutos. A análise da cena da morte, no entanto, fez com que a polícia descartasse, por ora, a suspeita de estupro no apartamento. Até o momento, as investigações indicam que ninguém entrou no local.

Quando a ex-modelo foi encontrada, ela usava um roupão vinho-escuro, que estava aberto, deixando seu corpo à mostra. Dois curativos também podem ser vistos na parte de baixo dos seios, por causa de uma cirurgia recente.

Conforme o DHPP paulista, após retirarem o travesseiro azul-marinho que estava sobre a cabeça dela, foi possível ver sua face coberta por cabelo, quase “grudados” à pele. Há a suspeita de que ela possa ter vomitado, provocando a aderência dos fios ao rosto. Ao lado do corpo, estava o celular. No dia de sua morte, imagens de câmeras de monitoramento mostram Dalliene enviando e recebendo mensagens sem parar pelo celular, tanto no momento em que chegou ao prédio, na noite do dia 30 de junho, como quando foi até um posto de combustíveis para comprar cigarros.

A Polícia Civil já sabe com quem a uberabense e ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira trocava mensagens e parte do teor dessas mensagens. Horas depois, na madrugada do dia 1º, ela foi encontrada morta, após a amiga de infância e também uberabense Brunna Ysabelle Gondim Faria, 22 anos, autorizar o arrombamento do apartamento.

No corpo de Dalliene havia hematomas “ainda discretos” em ambos os punhos. Nenhuma outra lesão foi identificada nessa primeira avaliação. O apartamento de Dalliene estava desarrumado, mas isso, ainda de acordo com as investigações, não resultou de uma eventual briga. No local foram encontradas porções de maconha, cocaína e anfetamina. Brunna afirmou, em depoimento à polícia, que ambas faziam uso esporádico das drogas.

Após a oitiva do síndico e vistoria no circuito de câmeras do prédio onde a ex-modelo morava, foi descartada a suspeita de que alguém tenha entrado no apartamento. Pelo fato de o imóvel estar no 9º andar, a possibilidade de que tenham entrado pela janela é praticamente inexistente.

Os investigadores do DHPP de São Paulo ainda não descartaram a possibilidade de que Dalliene tenha sido assassinada. Ela pode ter sido vítima de envenenamento, segundo uma das linhas de investigação. Os investigadores aguardam o resultado de laudos toxicológico e sexológico para confirmarem a causa da morte da ex-modelo.

Além da suspeita de envenenamento, também é considerada a possibilidade de que a vítima possa ter morrido por overdose de drogas ou, ainda, por alguma complicação pós-operatória, pois havia passado por cirurgia de implante mamário.

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