Cadela Pandora foi alvejada na cabeça (Foto/Arquivo Pessoal)
Morte de uma cadela durante operação policial divide opiniões em Uberaba. O fato aconteceu em 26 de dezembro de 2023, na rua Água Marinha, bairro Leblon, e veio a público após nota de repúdio publicada pela vereadora Denise Max (Patri), apoiadora da causa. Tanto os tutores quanto a Polícia Militar registraram boletins de ocorrência sobre o caso, oferecendo suas versões.
Em nota, a vereadora lamentou o ocorrido, e afirma que contactou os tutores do animal, ofertando auxílio. “É lamentável o ocorrido com a cadela que foi morta a tiros durante uma ação policial. Logo que tivemos conhecimento dos fatos entramos em contato com a tutora do animal e nos colocamos a disposição para auxiliar no que fosse necessário. Não temos competência legal para investigar ou punir quem quer que seja, mas acompanharemos o caso para termos a certeza de que a justiça prevalecerá. Agradecemos o interesse e preocupação das pessoas, isso prova que a sociedade tem criado um olhar mais sensível à causa animal”, afirma nota.
O boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Militar que contém a versão dos tutores aponta que os militares teriam invadido a casa para abordagem e efetuado dois disparos contra a cachorra, que corria em direção ao seu abrigo, sendo que no segundo ela teria perdido a mobilidade e caído ao chão. O animal morreu na sequência.
O boletim ainda aponta que um morador, presente no momento do ocorrido, foi abordado pelos PMs, que procuravam por itens furtados ainda na madrugada do dia 26, bem como um indivíduo conhecido como Kelvin ou Kevin. O residente teria dado acesso à residência e a seu celular para inspeção. No entanto, os questionamentos só teriam parado após a chegada da irmã do residente.
Ainda de acordo com o documento registrado pelos tutores, os militares teriam oferecido um novo cão, visto que a cadela baleada foi recebida pela família como adoção da Polícia Militar.
O que diz a PM
A Polícia Militar também confeccionou um boletim de ocorrência sobre o mesmo caso. No documento, a corporação aponta que chegou à residência onde o incidente ocorreu durante buscas. Diligências aconteciam após um furto na madrugada do dia 26 e o localizador do celular furtado teria apontado um endereço onde testemunhas apontaram que os itens furtados estariam sendo vendidos por autor de alcunha “Kelvinho” na rua Água Marinha, Leblon, local onde se passou a ocorrência.
O documento aponta que, ao chegar no local, a polícia teria batido no portão encostado, o qual teria se aberto, e de dentro saído um cão da raça Pastor Alemão. Os militares alegam que o cão teria atacado um soldado com uma mordida na coxa.
O soldado teria conseguido se soltar, porém, o cão teria tentado atacar novamente e o militar teria efetuado o disparo com objetivo de espantar o animal. No entanto, o boletim aponta que durante o tiro o cão teria realizado nova investida contra o militar, de forma que a bala o alvejou na cabeça, causando intenso sangramento.
O boletim ainda informa que o animal teria se retirado para seu abrigo com muito sangramento, mas visto o estado debilitado e de dor que se encontra, os policiais realizaram outros dois disparos para acabar com o sofrimento do cão.
A PM alega que o local foi inspecionado dando seguimento à investigação de furto. Os militares alegam não ter encontrado nada irregular. Afirmam ainda que, mesmo após se colocarem à disposição para investigação da morte do animal, o dono continuou a filmar o cão morto e os policiais.