Discussão entre o marido de uma paciente e um enfermeiro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro São Benedito precisou do apoio Polícia Militar (PM). O caso aconteceu por volta de 01h da manhã desta segunda-feira (6) e quem acionou a polícia foi o enfermeiro de 42 anos.
Aos militares foi relatado que a paciente, de 56 anos, chegou à UPA por volta das 22hs, acompanhada de seu marido, de 48 anos, apresentando queixas relacionadas a um dedo da mão que estava com aspecto inflamado.
No processo de triagem, a paciente informou que teria lesionado o dedo com um corte no dia 23 de fevereiro. No entanto, como não procurou a UPA imediatamente após a lesão, não era mais possível suturar a ferida, sendo orientada a tomar medicação e cuidados assépticos no local machucado.
A paciente voltou a procurar a UPA na madrugada desta segunda por conta da ferida não ter sarado e o dedo apresentar inchaço e dor.
O enfermeiro teria informado que o caso da paciente não se enquadrava em situações de urgência e emergência, sendo recomendado que a paciente procurasse um posto de saúde próximo a sua residência no dia posterior para fazer acompanhamento. Porém, caso desejasse ser atendida na UPA, receberia uma pulseira de cor azul e certamente haveria grande demora para atendê-la dado o grande volume de pacientes presentes no local.
O casal decidiu esperar, mas cerca de 3h30 de espera depois, o acompanhante da paciente passou a questionar os métodos utilizados para selecionar a pulseira azul para sua esposa, visto que tal cor era a mais baixa nas situações de prioridades. Segundo o relato do enfermeiro à polícia, neste momento o acompanhante ficou muito exaltado e passou usar um tom de voz desrespeitoso e agressivo, exigindo o atendimento da esposa, visto que já estavam se passando os 240 minutos apontados como tempo mínimo para cor de pulseira usada pela mulher.
O enfermeiro conta que teria explicado ao casal que, apesar da placa indicar um tempo de 240 minutos para o atendimento, a unidade estava lotada e emergências de outras prioridades obrigatoriamente necessitam ser atendidas na frente. Diante dos fatos o trabalhador da unidade de atendimento solicitou o boletim de ocorrência, visto que a postura do acompanhante teria extrapolado o limite da reclamação por atendimento.
À polícia, o acompanhante negou que tenha sido grosseiro e desrespeitoso com os funcionários do local. Porém, deixou clara sua insatisfação com o critério usado para dar a fita azul para sua esposa e a demora no atendimento. Na presença dos militares os ânimos estavam calmos e o trabalho fluía com normalidade na UPA.
A reportagem do Jornal da Manhã buscou a Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu), coordenadora das UPA's da cidade em busca de um posicionamento sobre o caso, porém, até o momento, não há retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.