Jovem foi atendido na UPA do Mirante com ferimento de disparo de arma de fogo e alegou que teria sido atingido por homem em bar conhecido por “Inferninho”, mas no local a polícia não confirmou a ocorrência
Bar onde a briga teria ocorrido, mas pessoas que estariam presentes no local não confirmaram o fato (Foto/Reprodução)
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP/1ªDRPC/5ºDPC) em Uberaba irá investigar uma suposta tentativa de homicídio contra um jovem de 20 anos, que teria relatado à Polícia Militar ter sido alvejado por um tiro ao defender uma mulher. O suposto crime teria ocorrido no bar “Inferninho”, localizado na confluência da avenida Djalma Castro Alves com Anel Viário. Testemunhas afirmaram não ter visto nem a vítima no bar, tampouco o disparo de arma de fogo.
Policiais militares compareceram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Mirante, onde encontraram o jovem, morador do Parque das Gameleiras, sendo atendido devido a uma perfuração por projétil de arma de fogo na mão direita.
O jovem relatou aos militares que estava no estabelecimento conhecido como “Inferninho”, acompanhado de alguns familiares, e que consumiram bebidas na noite de sábado para domingo. Por volta das 10h30 de domingo, chegou ao local um veículo GM Celta prata com três homens e uma mulher.
Em determinado momento, segundo o jovem, um dos homens começou a discutir com a mulher. Ele, temendo que ela fosse agredida, interveio na briga e empurrou o homem, que então sacou um revólver.
A vítima afirmou que, ao ver a arma, levantou as mãos e nesse momento o agressor disparou, atingindo sua mão direita. Em seguida, o autor fugiu no veículo com a mulher e os outros dois homens, seguindo pela avenida Djalma Castro Alves.
Conforme relato do jovem, o autor do disparo é negro, magro, de estatura mediana e aparenta ter 28 anos. A mulher é branca, magra, de cabelos cacheados, e os outros dois homens são negros e magros. A vítima solicitou um carro por aplicativo para ser levado à UPA do Mirante.
O primo da vítima, um homem de 34 anos que também estava no bar no momento do disparo, corroborou integralmente com a versão apresentada, fornecendo detalhes.
Preocupados com a gravidade da ocorrência, os policiais militares passaram a realizar diligências e a buscar imagens do veículo no Sistema Hélios (detecções de placas de veículos feitas por câmeras). Encontraram apenas imagens de um veículo GM Celta prata, mas a proprietária informou não ter ido ao bar e nem emprestado o carro.
A fotografia da proprietária do veículo foi mostrada ao jovem na UPA do Mirante, mas ele não a reconheceu como sendo a mulher presente no carro do autor dos disparos.
O primo da vítima acompanhou os policiais militares até o bar “Inferninho”, local onde teria ocorrido a suposta tentativa de homicídio. No local, não foram encontradas marcas de sangue no chão, apesar do relato da vítima sobre uma grande perda de sangue.
O proprietário do bar afirmou que não ocorreu nenhuma briga no local e, ao se aproximar da viatura policial, não reconheceu o primo da vítima no bar. Ao ser mostrada uma foto da vítima, o dono do “Inferninho” também afirmou não a reconhecer.
A vítima e sua única testemunha foram confrontadas pelos policiais militares, porém mantiveram a afirmação de que houve a tentativa de homicídio. O caso foi encaminhado à DHPP.