Audiência Pública sobre as áreas de cultivo no município aconteceu ontem no anfiteatro do Centro Administrativo (Foto/Divulgação)
Sem apresentação de propostas objetivas, audiência pública sobre Áreas de Cultivo em Uberaba reacendeu debate em torno dos riscos ao Meio Ambiente devido à expansão do plantio de cana-de-açúcar na cidade nos últimos anos.
Um dos questionamentos foi feito pela ex-candidata a prefeita Maria Sandra Tapajós, que contestou a uma possível contaminação de nascentes e rios que abastecem a cidade por causa do uso de defensivos agrícolas nas lavouras. Ela cobrou um monitoramento da qualidade de água no município para verificar se a ampliação dos canaviais não trouxe impacto aos mananciais.
Em resposta, o secretário municipal de Meio Ambiente, Edno César da Silveira, posicionou que na fase de licenciamento é feita uma análise para assegurar que seja cumprido o distanciamento dos cursos de água e das nascentes, conforme o que prevê a legislação.
Desta forma, o titular da pasta salienta que a licença já estabelece até onde podem ser feitas as plantações. Segundo ele, para garantir a distância dos mananciais, nem sempre a área que é solicitada para produção é autorizada de forma integral. O secretário declarou que a licença ainda prevê medidas que devem ser realizadas pelo produtor para o controle da emissão de resíduos.
Presente ao evento, o presidente da Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), Mário Campos, rebateu manifestações de que haveria uma monocultura de cana-de-açúcar em Uberaba. Segundo ele, o município tem uma produção agrícola diversificada, sendo inclusive importante produtora de grãos. Além disso, ele declarou que as empresas do setor hoje utilizam tecnologia para minimizar o impacto ambiental.
Na audiência, foi apresentado um estudo realizado pela Gerência Ambiental da Fiemg que confirmou a expansão da cana-de-açúcar no município, de 1985 a 2020, porém indicou que o avanço teria ocorrido em grande parte pela substituição de áreas de pastagens.