Abertura de "caixa-preta" foi uma das missões conferidas por Bolsonaro ao presidente do BNDES (Foto/Ale Silva/Estadão Conteúdo)
A Agência de Exportação (Apex) e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que atualmente estão no ministério de Relações Exteriores e da Economia, respectivamente, voltarão para o ministério de Desenvolvimento de Indústria e Comércio. A pasta foi extinta pela gestão do presidente Jair Bolsonaro e vai ser recriada pelo governo eleito.
A informação foi dada nesta quarta-feira (7) pelo o grupo de trabalho (GT) de Indústria, Comércio e Serviço do gabinete de transição. Em um primeiro diagnóstico, antes do relatório final a ser entregue no próximo dia 11, o GT afirmou que houve um desmonte da política industrial e de comércio exterior no Brasil.
Além disso, a equipe apontou que várias medidas antidumping foram derrubadas pela atual Gestão do presidente Jair Bolsonaro, e que existe uma política de descapitalização do BNDES.
“O Brasil vive um grande processo de desindustrialização, o País é um grande case internacional de desinsdustrialização”, afirmou o coordenador dos grupos técnicos Aluízio Mercadante.
O governo eleito estuda recriar o ministério sem que isso gere aumento de servidores públicos e que a política industrial seja respaldada na economia 4.0, economia verde e de descarbonização.
Os membros do grupo de trabalho pontuaram que tanto o banco quanto a atual governo não deram atenção necessária ao pequeno e microempresários na liberação de crédito; e fomentos para inovação e exportação.
Fontes de recurso para o BNDES
“Hoje o BNDES está no osso, ele está, literalmente, descapitalizado. Será um desafio recuperar funding do banco sem qualquer custo fiscal”. Foi com estas palavras que o coordenador grupo de trabalho (GT) de Indústria, Comércio e Serviço, Mauro Borges, classificou o atual diagnóstico do BNDES.
Por sua vez, Aluízio Mercadante apontou que o banco teve 30% de lucro no último trimestre. “Ao invés de transformarem esse lucro em investimento, o lucro foi todo transferido para ao tesouro nacional. Existe uma política de descapitalização”, criticou.
“Eu fico nervoso quando eu vejo que o BNDES investe mais na agricultura do que na indústria. O papel histórico de financiamento do agro é do Banco do Brasil. Estão fazendo isso é porque tem taxa Selic”.
PEC DA REFORMA TRIBUTÁRIA
O grupo de trabalho reiterou a fala de Fernando Haddad que, na semana passada, sinalizou que a Reforma Tributária será uma prioridade do novo governo. O grupo espera que as duas PECs, que tramitam no Congresso Nacional - e que poderiam ser um caminho, podem ser aprovadas ainda no ano que vem.
Fonte: OTEMPO