Cerca de 350 prefeitos que declararam apoio político ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, apresentaram ao mandatário uma carta com demandas locais. A agenda aconteceu nesta quarta-feira (19) no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente em Brasília (DF) e local que tem sido usado pelo mandatário para compromissos eleitorais.
De acordo com a Presidência da República, foram ao Alvorada prefeitos de todas as regiões do país. A lista com os nomes dos participantes da agenda, no entanto, não foi divulgada.
Apesar do evento ter reunido prefeitos simpáticos a Bolsonaro, o documento entregue ao presidente foi aprovado de forma apartidária por mais de 500 dirigentes que compõem a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) na terça-feira (18) e enviado, por e-mail, tanto ao candidato à reeleição quando ao presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva – os dois disputarão o segundo turno em 30 de outubro.
Com a presença do vice-presidente da entidade e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, a CNM esclareceu que o evento no Alvorada foi mobilizado por um grupo prefeitos que já tinha o compromisso agendado, e não organizado pela instituição. Com isso, agenda semelhante deve ser marcada com Lula. A expectativa é que o encontro com o petista aconteça na sexta-feira (21) em Minas Gerais, durante visita dele em Teófilo Otoni e Juiz de Fora.
O documento recebido por Bolsonaro mostra como interesses municipais pautas que ainda aguardam decisões no Congresso Nacional. Entre elas, propostas que proíbem o aumento de despesas sem que se tenha receita garantida e permitem o ingresso de ações específicas pelos municípios no Supremo Tribunal Federal (STF), além do aumento do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Na fala aos municipalistas, Bolsonaro disse que o apoio “será decisivo” em sua campanha e pediu "força especial" na reta final da campanha. O mandatário destacou que a economia sofreu um colapso mundial por conta da pandemia de Covid-19, episódio em que voltou a atacar medidas de restrição impostas por governadores. Bolsonaro também falou em tom crítico ao PT.
“Deixo claro que quando votamos a redução dos combustíveis, todos os senadores do PT votaram contra. Agradeço à nossa liderança na Câmara e no Senado, mas deixo claro que esse pessoal do lado e lá, eles querem que o povo sofra para depois se apresentarem como a solução do problema. No ano passado ainda aprovamos a criação do Auxílio Brasil que substituiu o Bolsa Família. Também deixo claro que toda a bancada do PT na Câmara votou contra mesmo com aquela pressão toda de que muita gente estaca comendo osso”, disse.