Considerado medida polêmica, gerador de acalorados debates e alvo de ações judiciais, o sistema de cotas raciais privilegia o acesso de estudantes negros às universidades públicas do país. Agora, o Supremo Tribunal Federal que dar um parecer definitivo à questão. O assunto, debatido nos últimos três dias em Audiência Pública em Brasília, foi acompanhado pelo Conselho Afrobrasileiro em Uberaba com relativa preocupação.
O presidente do Conselho, Evaldo Alves Cardoso, se posiciona a favor das cotas, considerando o debate oportuno, mas teme mudanças radicais e até mesmo a extinção das cotas. Ele considera ser o sistema o único instrumento capaz de combater a desigualdade social.
Para definir as possíveis mudanças, o STF irá realizar mais duas audiências públicas, ampliando os debates e a formação de opinião sobre o sistema de cotas raciais que será julgado no segundo semestre deste ano.
As controvérsias sobre as cotas residem no fato de que é difícil definir quem teria direito a tal política. Para alguns, basta a autodeclaração, ao passo que outros segmentos defendem a formação de comissão especial de avaliadores para definir tecnicamente os critérios.
Entre os que contestam as cotas raciais está o Partido Democratas (DEM). O sistema já trouxe dissabores a muitos estudantes que, se sentindo preteridos na pontuação do vestibular, acionaram a Justiça para garantir o ingresso ao ensino superior.
Evaldo Cardoso informou que pretende contatar movimentos afros do Brasil pela internet para acompanhar a discussão e, se possível, interferir nas futuras alterações. Nenhum representante de Uberaba foi a Brasília acompanhar a Audiência Pública, encerrada no início da noite.