Nesta terça-feira (15), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) apresentou um pedido formal de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento, que reúne o apoio de 72 parlamentares, foi protocolado junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e atribui ao chefe do Executivo a responsabilidade pela recente crise diplomática com os Estados Unidos.
De acordo com Nikolas, as ações de Lula ferem dispositivos da Lei nº 1.079/1950, que define os crimes de responsabilidade cometidos por autoridades como o presidente da República. O pedido menciona duas supostas infrações: a celebração de acordos que atentem contra a dignidade nacional (art. 5º, item 6), e condutas incompatíveis com a honra e o decoro do cargo (art. 9º, item 7).
A denúncia destaca três pontos principais:
Para Nikolas, essas atitudes teriam prejudicado a imagem do Brasil no cenário global e ameaçado setores-chave da economia nacional. Ele reconhece que a formulação da política externa cabe ao presidente, mas argumenta que essa prerrogativa deve respeitar os princípios constitucionais e os interesses do país.
Com a entrega do pedido, caberá ao presidente da Câmara analisar sua admissibilidade. Se aceito, uma comissão especial será montada para avaliar a denúncia. Lula, então, será notificado e terá dez sessões legislativas para se defender. A continuidade do processo depende da aprovação de dois terços dos deputados (342 votos) antes de seguir ao Senado.