POLÍTICA

Lula anuncia primeiros ministros do novo governo

Presidente eleito fala em coletiva em Brasília

O Tempo
Publicado em 09/12/2022 às 11:21Atualizado em 26/12/2022 às 23:01
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A presidente do PT, Gleisi Hoffman, e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto/Antonio Cruz - Agência Brasil)

Às vésperas da sua diplomação como presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou, nesta sexta-feira (12), os nomes de alguns ministros que estavam sendo especulados nesta semana em Brasília.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad comandará a Fazenda; o governador da Bahia, Rui Costa, irá para a Casa Civil; José Múcio Monteiro ficará à frente da Defesa; o senador eleito Flávio Dino será ministro da Justiça e o embaixador Mauro Vieira é o novo chanceler.

Lula decidiu antecipar em alguns dias o anúncio dos ministros para solucionar impasses com a Câmara, com as Forças Armadas e, ainda, para acalmar o mercado.

Fazenda: Fernando Haddad, 59 anos, ex-ministro e candidato derrotado do PT ao governo de São Paulo no 2º turno;

Casa Civil: Rui Costa, 59 anos, governador da Bahia, não disputou o Senado neste ano por causa de alianças locais;

Defesa: José Múcio, 74 anos, foi nomeado para o TCU em 2009 e foi ministro das Relações Institucionais, ambos durante os governos Lula

Justiça: Flávio Dino, 54 anos, é ex-governador do Maranhão pelo PCdoB e foi eleito senador do Estado pelo PSB;

Relações Exteriores: Mauro Vieira, 71 anos, foi ministro da pasta no governo Dilma e é embaixador do Brasil na Croácia.  Conheça os ministros anunciados:

Rui Costa:

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta sexta-feira (9) o governador da Bahia, Rui Costa (PT), como o ministro da Casa Civil no futuro governo. O baiano de 59 anos é economista e tem extensa carreira na política. Na década de 1980, Costa participou da fundação do Partido dos Trabalhadores na Bahia, ao lado do ex-governador do estado e atual senador Jaques Wagner (PT-BA).

Entre 2005 e 2007, Rui Costa atuou como vereador em Salvador. Entre 2007 e 2010, ele foi ssecretário de Relações Institucionais da Bahia durante o governo de Jaques Wagner. De 2012 a 2014, o atual governador chefiou a Casa Civil do estado, em cargo semelhante ao federal que irá assumir no próximo governo de Lula. Rui Costa assumiu o governo da Bahia em 2015 e termina, agora, seu segundo mandato. O político também já assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Flávio Din

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou Flávio Dino, nesta sexta-feira (9), como o ministro da Justiça e Segurança Pública do futuro governo, a partir de 1º de janeiro. O nome já era o mais cotado para a pasta.

Nascido em São Luís (MA), Flávio Dino, 54, é professor de Direito Constitucional na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Formado em Direito pela mesma instituição, em 1991, atuou no movimento estudantil, fazendo assessoria a sindicatos, e foi membro da ala juvenil da campanha de Lula à presidência da República em 1989.

Em 1994, foi aprovado em um concurso para juiz federal pelo Maranhão. Dino exerceu o cargo durante doze anos. Enquanto juiz, foi presidente da Associação Nacional de Juízes Federais (Ajufe), de 2000 a 2002, e foi foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em 2006, abandonou a carreira para ingressar na vida política. Filiou-se ao PCdoB e foi eleito deputado federal pelo Maranhão, cargo que exerceu por um mandato, de 2007 a 2011. Durante o mandato, se candidatou à prefeitura de São Luís em 2008, mas foi derrotado no segundo turno.

Ao fim do mandato, disputou sua primeira eleição ao governo do Maranhão, pelo PCdoB, contra a então governadora Roseana Sarney, também sendo derrotado - desta vez, no primeiro turno, quando Roseana teve 50,08% dos votos. Sem cargo eletivo, Flávio Dino presidiu a Embratur de 2011 a 2014, no governo Dilma Rousseff.

Já em 2014, após um arco de alianças que ia dos partidos de esquerda ao PSDB, foi eleito pela primeira vez governador do Maranhão, em primeiro turno, contra Lobão Filho, candidato apoiado pela família Sarney, que controlava o governo do estado há três décadas. Quatro anos depois, em novo embate contra Roseana Sarney, Dino foi reeleito, mais uma vez no primeiro turno.

Em 2021, Flávio Dino se filia ao PSB para, no ano seguinte, se licenciar do governo do Maranhão e disputar uma cadeira no Senado pelo estado. O ex-governador foi eleito com 62% dos votos e após a vitória de Lula no pleito presidencial, coordena o grupo de Justiça e Segurança Pública da equipe de transição de governo.

Fernando Haddad:

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou Fernando Haddad, nesta sexta-feira (9), como o ministro da Fazenda do futuro governo, a partir de 1º de janeiro. O nome já era o mais cotado para a pasta.

Nascido em São Paulo (SP), Fernando Haddad, 59, é professor de ciência política da Universidade de São Paulo (USP). Formado em Direito, fez mestrado em Economia e doutorado em Filosofia, sempre pela USP.

Após trabalhar por 15 anos como analista de investimentos do Unibanco, Haddad iniciou sua vida pública em 2001, como subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo, na gestão da então petista Marta Suplicy.

Com o início do primeiro governo Lula, em 2003, Haddad assumiu o cargo de assessor especial do Ministério do Planejamento, sob a batuta de Guido Mantega. No ano seguinte, se tornou o “número 2” do Ministério da Educação, na função de secretário-executivo.

Em julho de 2005, assumiu o Ministério da Educação, posto que ocupou até 2012. Entre as principais ações de sua gestão, estão a criação do ProUni, programa que oferece bolsas em faculdades privadas a estudantes de baixa renda; do Fundeb, o fundo público que serve como principal fonte de fomento da educação básica; e do Sisu, que tornou o Enem a principal forma de acesso às universidades federais.

Em 2012, deixa a pasta e se elege prefeito de São Paulo pelo PT. A principal polêmica de sua gestão foi na área de mobilidade urbana, com a ampliação de ciclofaixas e de corredores de ônibus. Com baixa popularidade, não conseguiu se reeleger em 2016, quando foi derrotado pelo tucano João Doria.

Em 2018, foi escolhido por Lula para ser o candidato do PT à presidência da República, após o ex-presidente ter sua candidatura impugnada pelo TSE devido à Lei da Ficha Limpa. Após ir ao segundo turno, foi derrotado por Jair Bolsonaro (PSL).

Já em 2022, Haddad se candidata ao governo de São Paulo. Apesar de ter liderado as pesquisas durante todo o primeiro turno, na abertura das urnas, o ministro ficou atrás de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se elegeu governador no segundo turno.

Mauro Vieira: 

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta sexta-feira (9) o nome do diplomata Mauro Vieira como o ministro de Relações Exteriores no futuro governo, a partir de 1º de janeiro de 2023. Vieira chefiou a pasta entre janeiro de 2015 e maio de 2016, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Atualmente, ele é embaixador do Brasil na Croácia.

Mauro Vieira é advogado com formação na Universidade Federal Fluminense. Tem carreira na diplomacia pela Instituto Rio Branco e já foi chefe de gabinete da Secretaria-Geral de Relações Exteriores. Entre 2004 e 2010, foi embaixador do Brasil na Argentina. Depois, de 2010 a 2015, chefiou a embaixada brasileira nos Estados Unidos. E 2016, no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), o Senado aprovou sua nomeação para o cargo de representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU).

José Muci

Anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o escolhido para assumir o ministério da Defesa em seu novo governo, José Múcio Monteiro Filho tem uma longa carreira política, que soma mais de 40 anos.

Nascido no Recife, Múcio tem 74 anos, e é formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica de Pernambuco (POLI), que compõe a Universidade de Pernambuco (UPE), uma das mais antigas escolas de engenharia do Brasil.

A vida política de Múcio começou em 1976, como vice-prefeito de Rio Formoso (PE). Ele exerceu o cargo até 1982. No mesmo ano, até 1983, foi prefeito do mesmo município de Pernambuco.

Ainda na década de oitenta, foi presidente da então estatal Companhia Energética de Pernambuco (atual Neoenergia Pernambuco) e secretário dos Transportes, Comunicação e Energia da sua terra natal.

Na sequência, foi eleito por cinco vezes como deputado federal por Pernambuco. Na Câmara dos Deputados, foi definido pelo então presidente Lula (PT), em 2007, como líder do governo na Casa. Durante sua atividade parlamentar, foi titular de comissões permanentes, como Economia, Relações Exteriores e Defesa Nacional. Veja o anúnci

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