Presidente enfrentou período turbulento com 8 de janeiro e desencontros, mas apresentou anúncios e anunciou mudanças (Foto/O Tempo)
Eleito com a maior votação da história, mas também com a menor distância para o segundo colocado em uma corrida ao Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa hoje 100 dias de seu terceiro mandato no cargo máximo do Executivo brasileiro. E, sem qualquer dúvida, pode-se dizer que foi um período agitado, com momentos de tensão, anúncios, desencontros e muitas mudanças nos rumos do país.
Um governo que começou com uma posse cheia de simbolismos queria dar respostas rápidas aos problemas do país para impor sua marca em um país polarizado. Exatamente uma semana depois, com os atos violentos do dia 8 de janeiro, ficou claro que a tarefa seria bem mais complexa do que inicialmente imaginado por um presidente que teve vida bem mais tranquila nos dois primeiros mandatos que ocupou no comando do Brasil.
Em meio a uma intervenção federal na segurança pública da capital, ao afastamento temporário do governador Ibaneis Rocha (MDB), à prisão e denúncia dos envolvidos nos ataques e à detenção de Anderson Torres, ex-secretário do DF e ex-ministro de Bolsonaro, o assunto monopolizou as atenções no país e interrompeu a agenda inicial pensada pelo governo.
A invasão e depredação dos prédios públicos e as ameaças aos Três Poderes, porém, permitiram ao presidente também se aproximar dos governadores, dos comandos da Câmara e do Senado e, principalmente do Supremo Tribunal Federal (STF), principal alvo dos apoiadores de Bolsonaro. A imagem da descida da rampa do Palácio do Palanalto simbolizou um momento de força de um governo que acabava de tomar posse.
Com o 8 de janeiro ficando para trás, as demandas urgentes do país voltaram à pauta. E, com anúncios na área social, o governo viveu seus melhores momentos junto à opinião pública. A lista incluiu o aumento da merenda escolar, das bolsas de mestrado e doutorado da Capes, do salário do funcionalismo e do salário mínimo. Também uma pequena correção na tabela do Imposto de Renda.
A lista de bondades do governo trouxe também um Bolsa Família revigorado, a retomada das inaugurações do Minha Casa, Minha Vida e do Mais Médicos, programas bastante identificados com as gestões petistas.
Mas o aumento dos gastos garantido pela PEC da Transição, ainda antes mesmo de assumir, gerou, em contrapartida, também medidas impopulares e que bateram forte na imagem do governo. Se a Lula cabia a presença nos anúncios positivos citados acima, ficou nas mãos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciarem que o governo voltaria a cobrar impostos federais que haviam sido retirados por Bolsonaro na gasolina e no etanol.
Também criaram ruídos diversas falas polêmicas do presidente em discursos, sobre obesidade, miscigenação decorrente de escravidão e críticas a livros de economia. Os momentos mais difíceis para o governo tiveram o auge em falas sobre Sergio Moro, antes e depois da operação que prendeu uma quadrilha que buscava sequestrar e matar o senador e ex-juiz, além de outras autoridades.
Em 100 dias no cargo, Lula fez viagens internacionais, foi acometido por uma pneumonia, aprovou a proposta de um novo arcabouço fiscal que será enviado ao Congresso e viu, de perto, uma batalha feroz entre os comandos da Câmara, com Arthur Lira, e do Senado, com Rodrigo Pacheco, que atrasou a votação de medidas provisórias e forçou o governo a pisar em ovos para não perder apoio em nenhuma das duas casas.
Agora, em meio a esse cenário conturbado e sem uma base sólida, Lula precisa aprovar as regras fiscais, a cobrança de impostos sobre setores que hoje estão livres do peso do Estado e, principalmente, fazer avançar a reforma tributária.
O resumo desses primeiros 100 dias e os desafios que estão colocados após os primeiros capítulos do governo você confere agora, no vídeo acima, e em reportagens especiais da equipe de O Tempo Brasília elencadas abaixo:
A revogação de atos, inclusive polêmicos, da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), bem como o relançamento de programas com carimbo das gestões petistas à frente da Presidência da República (2003-2016) marcam os 100 primeiros dias do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Palácio do Planalto.
O “ar de novidade” da atual gestão segue repaginado com aura de saudosismo. Em menos de 100 dias, o presidente Lula retomou – em novo formato - programas como o Bolsa Família; Minha Casa, Minha Vida; Mais Médicos, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Além disso, retomou conselhos com o objetivo de aumentar a participação popular, a exemplo da área de segurança alimentar (Consea) e do meio ambiente (Conama).
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‘Foder o Moro’ e uma operação da Polícia Federal que seria uma ‘armação’ do ex-juiz da Lava-Jato. “A obesidade causa tanto mal quanto a fome. É por isso que Flávio Dino está andando de bicicleta”. “A escravidão causou uma coisa boa: a miscinegação”. “Esse cidadão”, em referência ao presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Essas palavras e frases, entre outros exemplos, não foram retiradas de fóruns na internet e nem de comentários das redes sociais, mas sim da boca do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo dos últimos 100 dias. Declarações polêmicas em discursos e entrevistas, que provocaram ‘saia-justa’, ‘constrangimento’ e geraram crises de imagem e institucional na reta inicial do terceiro mandato do petista.
Algumas falas do mandatário deram palanque, até então, para alguém que vinha registrando pouca expressão no cenário político atual: o senador Sérgio Moro (União-PR). Recém-eleito, o parlamentar é desafeto de inúmeros políticos devido a sua atuação como juiz na operação Lava Jato e das iniciativas de combate a corrupção. Entre os inimigos está, claro, o próprio presidente Lula, a quem condenou e prendeu, em ação depois anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao portal Brasil 247, no dia 21 de março, Lula não escondeu o rancor pela situação e afirmou qeu,quando estava preso em Curitiba, chegou a dizer para procuadores: “Só vou ficar bem, quando foder esse Moro”. O petista não imaginou que declaração estava sendo transmitida ao vivo e, após uma fala descontraída, pediu aos repórteres que tirassem o palavrão do ar. A frase, no entanto, viralizou e gerou uma crise.
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Nesta segunda-feira (10), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), completa o centésimo dia de um governo marcado por turbulentas crises com os seus ministros, e a postergação de decisões quanto aos contenciosos institucionais. Em seus primeiros dias de mandato, o chefe do Executivo federal enfrentou conflitos e preferiu debelá-los para garantir a sua governabilidade.
O caso mais recente envolve uma desautorização do mandatário ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou durante a última quarta-feira (5) que a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras passará por mudanças. O chefe do Executivo disse na quinta (6) que “a divergência (de informações) é uma coisa extemporânea”, e que conversaria com o chefe da pasta e o presidente da estatal, Jean Paul Prates, para entender o ocorrido.
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Eleito para o seu terceiro mandato presidencial, o experiente político Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou ao cargo após uma acirrada e polarizada disputa presidencial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O período dos 100 primeiros dias de governo, geralmente conhecido como uma espécie de “lua de mel”, acabou se tornando mais tumultuado do que o usual da história democrática.
Isso porque o que parecia ser um momento de pacificação foi estremecido pelo 8 de janeiro de 2023, quando Lula viu apoiadores radicais do ex-presidente invadirem e depredarem os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma tentativa de tomarem o poder. O grupo também queria a destituição de Lula e dos ministros da Suprema Corte.
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De todas as agendas e compromissos oficiais que envolvem seus 37 ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concentrou reuniões com os homens-fortes de seu governo e realizou menos compromissos com os titulares de pastas ligadas à chamada área identitária. É o que aponta levantamento de O TEMPO Brasília no período de 100 dias de governo completados nesta segunda-feira (10).
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é o campeão em presença nas agendas com o presidente da República, com 52 encontros. Ele é o responsável pela articulação política do governo e faz a ponte entre as demandas do Congresso Nacional, partidos, parlamentares com o Palácio do Planalto.
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Os 100 primeiros dias de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), completados nesta segunda-feira (10), marcam o esforço da diplomacia presidencial para colocar o Brasil como protagonista no cenário internacional. Concomitantemente, um interesse do mandatário em dialogar com grandes potências econômicas e países de regimes autoritários.
A exemplo desse empenho para reconstrução da política externa, não priorizada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o mandatário embarca na terça-feira (11) para a China, principal parceiro comercial do Brasil, além de ser um país autoritário sob o domínio do Partido Comunista. Lá, o petista encontrará o mandatário chinês, Xi Jinping, com quem também deve tratar sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), completa 100 dias à frente de seu terceiro mandato com incertezas na relação com o Congresso Nacional. O governo ainda não conseguiu montar uma base consolidada no parlamento, sobretudo na Câmara dos Deputados, para aprovar Propostas de Emenda à Constituição (PECs), que requerem o voto favorável de três quintos dos parlamentares. O fato foi apontado ainda em janeiro pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e é reconhecido por líderes governistas.
Além de partidos ideologicamente mais próximos do PT, como PSB, PCdoB, PSOL, PV, Rede Sustentabilidade, e PDT, o governo diz contar com o apoio majoritário de siglas de centro, como MDB, PSD e Cidadania. Porém, ainda não há clareza de quantos deputados são aliados do Planalto.
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Fonte: O Tempo