O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi vaiado enquanto discursava na Marcha dos Prefeitos, realizada nesta terça-feira (20/5) em Brasília. Apesar das manifestações contrárias, Lula esperou que cessassem e optou por não mencioná-las. O evento, que reúne cerca de 12 mil prefeitos na capital federal, contou com a presença de 3 mil representantes de Minas Gerais, incluindo o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União).
As críticas ao presidente se concentraram nos impactos fiscais da proposta que amplia a isenção do Imposto de Renda para rendimentos mensais de até R$ 5 mil. De acordo com Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a medida pode resultar em perdas de até R$ 9,6 bilhões anuais para os cofres das prefeituras. Ziulkoski afirmou manter diálogo com o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), presidente da comissão especial que analisará a proposta, e com o relator Arthur Lira (PP-AL).
Assim como ocorreu na edição anterior do evento, Lula enfrentou vaias, mas reiterou seu compromisso com políticas municipalistas. “Desafio qualquer prefeito, de qualquer partido, a dizer que foi ignorado pelo meu governo por razões partidárias. Isso não acontece na minha gestão”, declarou.
Outro tema abordado foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, chamada de PEC da Sustentabilidade Fiscal, apoiada pela CNM. O texto, que está em análise no Congresso, propõe ampliar de 60 para 300 meses o prazo para parcelamento das dívidas dos municípios nos Regimes Próprios da Previdência Social, além de sugerir um novo modelo para o pagamento de precatórios, entre outras mudanças.