Zema e Bolsonaro já acenavam proximidade desde a vinda de ambos a Uberaba para a Expozebu (Foto/Bruno Campos/Arquivo JM)
Para garantir apoio e um palanque para o presidente Jair Bolsonaro (PL) em Minas Gerais no segundo turno, o governador Romeu Zema (Novo) acertou a participação do PL na base de apoio de seu novo governo que começará em 2023. Reeleito no primeiro turno, o Zema foi o primeiro governador a confirmar apoio à candidatura do presidente no 2º turno.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira,10, Zema foi perguntado se colocou alguma condicionante para o apoio à candidatura de reeleição de Bolsonaro. Segundo ele, há um alinhamento natural “na direita” em relação ao governo dele, mas o apoio do PL esteve na pauta. “O que conversamos foi nessa linha. Esse apoio de quem vai exercer o cargo de deputado na direita já é quase que natural devido ao nosso posicionamento, mas reforçamos esse ponto com o presidente, já que tivemos a eleição de nove parlamentares do PL para a Assembleia de Minas”, disse ao jornal paulista.
Antes e durante a campanha de reeleição, Zema e aliados fizeram peregrinações por partidos aliados para construir uma base minimamente sólida para o governador no próximo mandato. Nos últimos quatro anos, volatilidade foi a marca na base do governador na ALMG. Foram poucos os momentos de maioria sólida, o que fez com que projetos como a adoção ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) só fosse conseguido por Zema por meio de liminar no Supremo Tribunal Federal.
O PL elegeu 9 parlamentares neste ano e terá a segunda maior bancada da ALMG a partir de 2023, empatada com o PSD. A Federação PT/PV/PC do B terá 12 parlamentares.
Na última semana, em entrevista ao quadro Café com Política da Rádio Super 91,7 FM, um dos principais aliados do presidente - o deputado estadual Bruno Engler (PL) - disse esperar uma “parceria do PL nos próximos anos”. O próprio Engler foi um dos parlamentares que se dizia independente em relação ao governo ao longo da atual legislatura. Relação Lula x Zema
Na entrevista publicada nesta segunda-feira, Zema disse ainda que não espera ter “tantos projetos em comum com o governo federal”. Ele reiterou críticas ao ex-presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores em um tom similar ao adotado por Bolsonaro.
“Estou deixando muito claras as minhas posições. Não acredito em um presidente que apoia ditaduras na Venezuela, em Cuba, na Nicarágua, e que coloca como equipe uma quadrilha como aconteceu. Espero que ele não seja eleito, e, se for, nosso trabalho em Minas vai continuar. Talvez não tenhamos tantos projetos em comum com o governo federal, mas Minas Gerais é um estado relevante e terei a minha consciência tranquila de ter apoiado a proposta em que acredito”, afirmou Zema.
Fonte: O Tempo