O ex-presidente disse a interlocutores que PL da Anistia não precisa tratar de sua inelegibilidade e afirmou que perdão amplo, geral e irrestrito é inegociável
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que a anistia ampla, geral e irrestrita é inegociável (Foto/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Inelegível e condenado à prisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou para aliados que a anistia ampla, geral e irrestrita é inegociável, mas demonstrou disposição em abdicar da cláusula no projeto de lei (PL) que o poderia tornar elegível novamente. A posição de Bolsonaro atende à vontade de partidos do centrão, que não concordam com a mudança na inelegibilidade, e orienta a tropa de choque do Partido Liberal sobre a anistia.
Com a orientação de Bolsonaro, a bancada do PL liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) brigará por uma anistia que contemple o ex-presidente, contrariando o desejo do relator do PL da Anistia, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Designado na última quinta-feira (18/9), ele indicou que converterá a anistia em PL da Dosimetria para diminuir as penas dos condenados pelo 8 de janeiro.
Sóstenes e outros nomes do partido se encontrarão com Paulinho da Força nesta terça-feira (23/9) em mais uma das reuniões que o relator propôs para as bancadas da Câmara dos Deputados. No encontro, o partido firmará posição pressionando Paulinho a incluir a anistia ampla, geral e irrestrita no substitutivo que irá à votação no plenário. A intenção do PL, aliás, é que o texto seja votado a partir de 30 de setembro.
Se o relator não acatar o pedido, o PL recorrerá a uma alternativa regimental. O partido planeja apresentar uma emenda à proposta, no plenário, para garantir uma anistia que beneficie Jair Bolsonaro. Fontes do partido dizem que União Brasil, Republicanos e PP votarão com a oposição. São necessários somente 257 dos 513 votos no plenário para incluir uma emenda ao texto.
A única restrição que esses partidos do centrão teriam diz respeito à elegibilidade de Bolsonaro. Inicialmente, a oposição pretendia que a anistia garantisse, ainda, que Bolsonaro pudesse concorrer à eleição em 2026. O centrão não apoia, e o PL está disposto a ceder neste ponto. Segundo fonte, Bolsonaro disse que a elegibilidade pode ser discutida “mais para frente”.
Fonte: O Tempo