NOVO PROGRAMA

Reforma Casa Brasil: economista explica regras, valores e cuidados para quem quer aderir

O novo programa do governo federal atinge quem já tem imóvel próprio que precisa de pequenas reformas

Joanna Prata
Publicado em 23/10/2025 às 15:27
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O governo federal anunciou recentemente o Reforma Casa Brasil, um novo programa voltado ao financiamento de reformas em moradias de famílias de baixa renda. O economista Sérgio Martins explica que a medida tem potencial para movimentar o setor da construção civil e melhorar as condições de moradia de milhões de brasileiros, mas alerta que nem todos conseguirão acesso ao benefício, especialmente os endividados ou com CPF negativado.   

Segundo Martins, o programa será operado por meio de linhas de crédito com recursos liberados pelo Banco Central, que deve reduzir o compulsório dos bancos, ou seja, parte do dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a manter retida, permitindo injetar até R$ 40 bilhões na economia. “O governo vai liberar recursos para que bancos públicos e privados ofereçam crédito para reformas, com juros menores e prazos mais acessíveis. É uma medida que pode estimular o consumo e gerar empregos”, disse o economista.   

Limite de R$ 30 mil por família  

O Reforma Casa Brasil deve financiar até R$ 30 mil por família, valor que pode ser usado na compra de materiais de construção e na contratação de mão de obra. 

No entanto, o economista pondera que o valor é baixo diante do custo atual de reformas, especialmente em regiões onde o preço dos materiais segue elevado. “É um recurso que ajuda, mas não resolve tudo. Dependendo da obra, R$ 30 mil pode não cobrir nem o básico”, afirma.   

Quem pode participar   

Martins destaca que o programa é voltado a famílias de baixa renda, mas será exigido que o interessado tenha o CPF limpo, ou seja, sem restrições em órgãos de crédito como SPC e Serasa. 

“Essa é uma das maiores barreiras. O endividamento das famílias brasileiras ainda é muito alto. Muita gente que mais precisa desse crédito não vai conseguir porque está com o nome sujo”, explica o economista.  

De acordo com ele, mais de 70% das famílias ainda possuem algum tipo de dívida, e cerca de 30% estão com contas em atraso. “Esse é um dos grandes desafios do programa: atender quem realmente precisa, mas que hoje está fora do mercado de crédito formal”, analisa.  

Acompanhamento será feito por aplicativo  

Uma das novidades do Reforma Casa Brasil é o uso de um aplicativo para monitorar o andamento das reformas. Por meio da plataforma digital, os beneficiários deverão enviar fotos, notas fiscais e informações sobre a execução das obras, garantindo transparência e acompanhamento do uso dos recursos. 

“É uma forma de controle importante, que evita fraudes e garante que o dinheiro seja realmente usado para reformar a casa”, observa Martins.  

Efeito no mercado de trabalho  

O economista ressalta que o programa pode ter impacto positivo na geração de empregos, principalmente no setor da construção civil. Contudo, ele lembra que muitos trabalhadores do ramo, como pedreiros e serventes, ainda atuam na informalidade, o que pode dificultar o acesso aos recursos. 

“O crédito vai exigir notas fiscais e formalização da mão de obra. Quem trabalha sem CNPJ pode acabar ficando de fora desse circuito”, avalia.  

Cuidado com novas dívidas  

Apesar do otimismo com o impacto econômico, Martins recomenda cautela aos interessados. “Mesmo com juros mais baixos, é preciso lembrar que se trata de um empréstimo. A pessoa precisa ter renda suficiente para pagar as parcelas sem comprometer o orçamento”, orienta.  

Ele também destaca que o programa surge em um momento de cautela na economia, com famílias ainda tentando se reequilibrar após um longo período de endividamento e juros altos. 

“Há sinais de melhora, mas a renda ainda é apertada. O ideal é planejar bem antes de assumir um financiamento, mesmo que o objetivo seja melhorar a casa”, conclui.

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