DIÁLOGO ABERTO

Secretaria de Tesouro dos EUA procura Ministério da Fazenda do Brasil para debater tarifaço

A Secretaria de Tesouro quer uma reunião com o Ministério da Fazenda para debater o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump contra produtos brasileiros

Renato Alves/O Tempo
Publicado em 31/07/2025 às 15:06
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Integrantes do Ministério da Fazenda do Brasil vão se reunir com pares da Secretaria de Tesouro dos Estados Unidos (EUA) para debater o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros. 

A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a jornalistas, na manhã desta quinta-feira (31/7). Ainda não há data para reunião. O último encontro entre a Fazenda e o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi em maio, antes do anúncio da tarifa de 50%.  

“A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem [quarta, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A primeira foi em maio, na Califórnia. Agora, haverá uma rodada de negociações na qual levaremos às autoridades americanas nosso ponto de vista”, disse Haddad.

O ministro destacou que o encontro é apenas o ponto de partida das negociações. “Estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava. Mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas medidas que foram anunciadas ontem”, esclareceu Haddad.

O anúncio feito na quarta-feira pelo governo Donald Trump aponta que 43% das exportações brasileiras aos EUA estarão isentas da tarifa de 50% imposta pela gestão de Donald Trump, totalizando 694 produtos. No setor mineral, cerca de 25% dos produtos foram taxados.

Proteção a empregos

Haddad afirmou que tendo em vista o detalhamento das medidas pelos EUA, será possível o governo brasileiro ajustar o programa de proteção a empregos na indústria e no agronegócio, que está em fase de elaboração e deve contemplar setores afetados pelo tarifaço. As medidas devem ser anunciadas no início de agosto.

“Vamos agora calibrar. À luz do que foi anunciado ontem, vamos fazer uma calibragem para que isso possa acontecer. Os atos estão sendo preparados na Fazenda para enviar para a Casa Civil”, destacou.

Haddad reforçou que o Brasil “nunca saiu da mesa e não é agora que vai sair”. “Nada do que foi decidido ontem não pode ser revisto”, ressaltou o ministro.

Sanções a Moraes

Fernando Haddad ainda comentou a aplicação da Lei Magnitsky sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi alvo de uma série de restrições pelo governo americano. Para o ministro da Fazenda, “perseguir Moraes é um erro cometido pelos EUA.

“E também explicar como funciona nosso Poder Judiciário. É importante haver uma compreensão de como funciona a democracia do Brasil e de outras democracias. E quando não funciona, ou quando se tem a percepção de que não funciona bem, tem o comitê de Direitos Humanos da ONU”, argumentou.

“Alguém está incomodado? Tem dez instâncias para recorrer. Não precisa recorrer à agressão de uma potência externa contra os interesses do Brasil. Faz o que o presidente Lula fez [quando foi preso], recorre”, ponderou o ministro.

Fonte: O Tempo

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