O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), deve anunciar, durante sua visita a Uberaba na próxima sexta-feira (12), as ações do governo do Estado para a implantação do ramal do gasoduto Bolívia-Brasil. Informação levada a plenário pelo vereador João Gilberto Ripposati (PSDB), justificando sua viagem anteontem a Uberlândia, quando a comitiva estadual visitou aquela cidade.
Ripposati afirmou que a “cobrança” feita por ele ao governador e também ao vice Antônio Augusto Anastasia se deve à proximidade de desincompatibilização de Aécio, que deixa o cargo no dia 30 deste mês para se candidatar ao Senado.
O tucano disse ter reiterado ao governador ser o gasoduto garantia de desenvolvimento sustentável para Uberaba e todo o Triângulo Mineiro. Vasta documentação foi entregue ao vice-governador, estendendo também o apelo ao prefeito de Uberlândia, Odelmo Carneiro Leão (PP), e demais chefes de Executivos presentes. ”É preciso ação rápida, senão Minas Gerais corre o risco de perder o empreendimento para outro Estado”, enfatizou o vereador.
Quando o presidente da Casa, Lourival dos Santos (PCdoB), justificou a ausência de Ripposati na última segunda-feira, o vereador Tony Carlos (PMDB) reprovou publicamente a conduta do colega. O “arrepio” foi devido ao anúncio, durante a visita a Uberlândia, da liberação de R$ 121 milhões para asfaltamento daquela cidade até Campo Florido, tirando o município da polarização de Uberaba.
Fato que, no entender de Tony Carlos, torna Uberlândia uma “aranha” na região, ou seja, com influência em várias cidades. Ontem, entretanto, mudou a tônica do discurso após o pronunciamento do colega em plenário.
Ele já havia apresentado os requerimentos quando se sentou à mesa diretora ao lado do presidente para chamar atenção dos colegas no tocante aos investimentos anunciados pelo governador em Uberlândia, totalizando R$ 148 milhões. Os recursos serão destinados à aquisição de equipamentos para o Hospital Maternidade, ampliação do Distrito Industrial em área de 70 mil metros quadrados, construção de viaduto e a cessão de uma fazenda de 72 mil metros quadrados para o desenvolvimento de pesquisa agropecuária.
Enfático e bairrista declarado, Tony Carlos afirmou que caso o governador não se posicione na sexta-feira, Uberaba poderá dizer adeus ao investimento. Encerrou a fala questionando as amizades de longa data que Aécio Neves mantém na cidade. “Será que Uberaba só serve para tomar uísque e bater papo?” – questionou.